Um inquérito realizado a mil profissionais da área de edição presentes na Feira do Livro de Frankfurt, na Alemanha, conclui que a ideia geral é de que em dez anos os livros electrónicos vão ultrapassar o volume de negócios dos livros em papel. Os editores acreditam porém que a indústria sobreviverá à “avalanche digital”.

Actualmente a decorrer, a 60ª edição da principal feira do sector livreiro junta 7 mil expositores de mais de 100 países. Mas o volume dos livros clássicos representados é de apenas 42% do total, face a uma exposição onde já pontuam livros electrónicos, DVDs e audiolivros, entre outros produtos não tradicionais.

No inquérito aos profissionais fica também claro que os editores acreditam que a influência da China na edição digital irá triplicar e que a venda de livros pela Internet representará o acontecimento mais importante do mundo da edição nos últimos 60 anos.

Paulo Coelho é um dos grandes defensores da evolução dos livros para o digital. Depois de ter colocado uma cópia gratuita do seu livro “O Alquimista” na Internet as vendas passaram de mil para 10 mil cópias no mercado Russo. “Durante 15 séculos, o livro tradicional demonstrou ser intransponível. Mas os livros digitais estão a reclamar o seu espaço e tudo indica que chegará o momento em que o digital superará o papel. Mas são precisos uns quantos anos, o que nos dá - aos editores, autores e escritores - um tempo precioso antes da rede nos alcançar", afirma o autor, citado pelo El Pais.