A edição digital só sobreviverá à pirataria com preços baixos, na opinião da Luarna Ediciones, uma editora espanhola que vai vender ebooks a partir de dois euros.

A editora considera que os preços elevados praticados por algumas livreiras poderão levar a um aumento do download ilegal no sector, tal como se observou relativamente à música, defendendo a adopção de "preços ajustados".

"Só com preços que oscilem entre os 2 e os 9 euros, a edição digital terá uma oportunidade no mercado editorial sem que seja afectada pela pirataria de conteúdos", refere Antonio Quirós, citado pelo El Mundo.

O responsável responde inclusive aos argumentos, muitas vezes apresentados pelas editoras, que justificam o preço dos livros electrónicos com o custo de investimento na digitalização dos mesmos. "Este custo vai ser sempre inferior ao da edição em papel, por isso não comparamos, em nenhum caso, os custos com a poupança relacionada com a edição digital".

A Luarna Ediciones refere que o custo de editar digitalmente um livro oscila entre os 200 e os 300 euros, enquanto a edição em papel pode ascender a 3.000 euros para uma tiragem de 2.000 exemplares de um título com 300 páginas.

Antonio Quirós acredita que o tempo lhes dará razão, já que prevê que o mercado regulará os preços quando a procura por conteúdos digitais aumentar, "sobretudo porque já há operadoras de telefonia que começaram a disponibilizar ebooks a um preço máximo de 10 euros, o que supõe um preço de venda ao público 50 por cento mais baixo do que a maioria dos livros editados em papel ".