Mais de uma centena de agentes da PSP de Lisboa viram os seus dados pessoais - nome, posto, número de identificação e cargo ocupado, número de telefone e endereços de email - divulgados online, na sequência de um alegado ataque informático ao site do Ministério da Administração Interna.

A ação é reclamada pela "delegação" portuguesa do grupo de hacktivistas LulzSec, que tem ganho protagonismo nos últimos meses na sequência de vários ataques a sites de instituições e partidos, muitos em jeito de reação a tomadas de posição de políticos, partidos ou mesmo de associação a outros movimentos, como aconteceu a semana passada, com a greve geral.

Agora, os hacktivistas alegam agir em retaliação pela atuação levada das forças de segurança durante a manifestação em frente ao Parlamento, que marcou a greve geral de 24 de novembro.

Segundo a informação avançada pelo Público, foram divulgadas informações sobre 107 efetivos de três esquadras da PSP em Chelas. Mas o LulzSec promete mais. "Em resposta às detenções e violência sobre civis desarmados iremos divulgar os dados de todos os agentes da PSP, esquadra a esquadra, indivíduo a indivíduo, a começar pela esquadra de Chelas".

No seu perfil no Twitter, o grupo afirma ter intenções de "expor todos os polícias infiltrados nas manifestações a incitar o caos, como no dia 24 de novembro".

"Em resposta aos ataques dos mais de 50 'agentes provocadores' infiltrados na manifestação, que instigaram caos… vamos atacar os seus chefes", lê-se ainda no microblog.

Os ataques terão tido início ainda durante a passada sexta-feira, levando à divulgação dos dados através de uma ligação colocada no Twitter ainda no sábado.

O assunto estará a ser investigado pelas autoridades, mas nem o Ministério da Administração Interna nem a Polícia de Segurança Pública se pronunciaram oficialmente sobre o assunto.

Já o Sindicato Nacional da Carreira de Chefes da PSP disse à Lusa que tenciona apresentar queixa-crime contra os autores do ataque à sua página de Internet, recusando que a divulgação de contactos dos 107 polícias de Chela se tenha ficado a dever ao ataque de que foi vítima. Reconheceu porém que os piratas entraram na "lista dos sócios que se inscrevem através da Internet" e "dentro das publicações" do site, reporta a agência noticiosa.

Ao Público, o presidente da Associação Sindical dos Oficiais da Polícia (ASOP), afirmou que já tinha sido encaminhado um pedido de esclarecimento à Direção Nacional da PSP, que sabendo do ocorrido desde domingo à noite, "terá pedido a todo o efetivo para ter especiais cuidados na abordagem deste problema".

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico