Desenganem-se aqueles que profetizavam o fim da TV. As pessoas ainda passam até 35 por cento do seu tempo a ver televisão ou vídeo, a forma como esse consumo é feito é que está a mudar com as novas tecnologias e "a introdução de novos canais de distribuição", afirma um estudo do ConsumerLab da Ericsson.

Embora a esmagadora maioria dos entrevistados continue a não dispensar as transmissões "lineares" ou "tradicionais" (93%), apurou-se que, de entre os mais de 300 milhões de consumidores inquiridos, 50 por cento assistem, com uma frequência semanal, a televisão e vídeo on demand através da Web.

A percentagem daqueles que, pelo menos uma vez por semana, acede a este tipo de conteúdos através de streaming e download, ou opta por assistir a transmissões de televisão gravadas, é ainda superior: 70 por cento.

De acordo com a recolha de dados, efectuada em Espanha, Alemanha, Reino Unido, Suécia, EUA, China e Taiwan, os conteúdos transmitidos em directo continuam a ser "de grande importância para os consumidores, mas a capacidade de decidir quando e onde ver TV irá afectar o papel dos conteúdos transmitidos de forma linear ou programada", concluem os analistas.

Os utilizadores querem "um serviço personalizado, de fácil utilização e alta qualidade, on-demand e sem intervalos comerciais, para constituir o seu serviço de TV", defendem. "O consumidor procura uma solução que lhe possa oferecer a liberdade de escolher o que quer ver, quando e como quiser. Em vez da plataforma técnica, é a experiência do utilizador que está em foco", afirma Anders Erlandsson, consultor sénior do ConsumerLab.

O tempo dedicado à visualização de transmissões de TV tradicionais representa agora apenas 40 por cento do total do dedicado aos consumos de TV e vídeo, segundo os dados da análise.