O modelo da gestão de infra-estruturas da Internet voltou a ser debatido por um grupo de 40 membros das Nações Unidas. A questão tem sido abordada com alguma regularidade uma vez que a ONU pretende ter um papel mais activo na gestão da Web a nível mundial.

Apesar de não ter sido alcançado nenhum consenso, ficou claro que os membros da ONU entendem que a infra-estrutura que sustenta a Internet não deve ser dominada por um único país.

O grupo elaborou um relatório com quatro possíveis opções sobre a futura governação da rede, sendo uma das possibilidades a manutenção de grande parte do actual sistema, assumindo o ICANN a gestão dos endereços Web. Outra das alternativas reside na remodelação da organização e a sua integração num grupo intergovernamental sob a protecção das Nações Unidas.

Estas questões estão a ser abordadas porque as Nações Unidas querem ter um papel mais activo nas questões sobre futuro da Internet e segurança dos utilizadores, como a definição de políticas de controle do spam, privacidade e regulação dos parâmetros técnicos, áreas dominadas pelos governos dos diversos países, sobretudo os mais poderosos.

A ideia tem gerado algumas contestações por parte de chefes de estado, principalmente pelos Estados Unidos que, há duas semanas, declararam que pretendem manter o controle dos computadores que funcionam como suporte do tráfego da Internet. O Departamento do Comércio dos EUA também anunciou que não vai abdicar da autoridade para aprovação das mudanças à lista de domínios de Internet, tal como o ".com".

Outros países querem uma aprovação mais rápida de nomes de território em caracteres não ingleses chegando a China a ameaçar dividir a Internet e criar o seu próprio sistema baseado nos caracteres chineses.

Uma vez que não se chegou a nenhuma decisão final o assunto continuará a ser debatido na próxima cimeira da Sociedade de Informação agendada para Novembro deste ano, onde a gestão da infra-estrutura da Internet promete ser um dos temas fortes.

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