"Há uma certa condescendência" tanto por parte do país, como dos alunos, como das próprias escolas e professores e essa postura é decisiva para que alguns acontecimentos tomem proporções mais graves.



As afirmações são de Ana Tomás de Almeida, investigadora da Universidade do Minho, que participou na realização de um estudo europeu sobre o tema. A pesquisa, realizada entre 2008 e 2012, concluiu que 8 a 10% dos alunos do 3º ciclo do ensino básico e do secundário já tinham sido vítimas deste tipo de agressão online.




Em declarações à Lusa, a investigadora defendeu que os investigadores identificaram a mesma condescendência com este tipo de eventos nos quatro grupos-alvo abordados no estudo. Os ataques psicológicos, ou ameaças físicas, trocadas entre jovens nos canais online "não são valorizados, tomados como alarmantes ou preocupantes", alerta Ana Almeida.




Essa desvalorização dos acontecimentos permitem que algumas situações "tomem proporções mais sérias, porque não foram devidamente identificadas". Mensagens, fotos, alcunhas divulgadas online como brincadeira podem ser o princípio de um abuso, conduzindo a mais mensagens, ameaças ou ataques.




Estar mais atento é o grande conselho que o estudo dirige aos pais, sublinhado que o cyberbullying pode deixar marcas profundas nas vítimas. Aos professores cabe também um papel importante, que é o de incentivar para as boas práticas e realizar projetos educativos que fomentem o conhecimento e prevenção do fenómeno.

Escrito ao abrigo do novo Acordo
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Cristina A. Ferreira