Infoexclusão, banda larga, software livre na AP, patentes de software, concorrência efectiva nas telecomunicações, políticas de I&D e eGov foram temas comuns às diferentes intervenções dos representantes dos principais partidos políticos concorrentes às próximas eleições legislativas, que ontem, ao final da tarde, mostraram as estratégias pensadas para a Sociedade da Informação nos seus programas eleitorais, durante um encontro promovido pela APDSI.




Mas se os temas trazidos à discussão foram comuns, desde logo ficou mostrado que as opiniões sobre as medidas a adoptar e as estratégias a seguir em cada uns dos casos diferem, na maioria das vezes.




O PSD promete uma política de continuidade para o sector da Sociedade da Informação, nomeadamente com um reforço das iniciativas para a promoção da banda larga, o incentivo à Investigação e Desenvolvimento (I&D) e os avanços no chamado Governo Electrónico.




Em representação daquele partido e na qualidade de gestor da UMIC, Diogo Vasconcelos não pode deixar de apontar os avanços conseguidos, no seu entender, durante os últimos anos, nas áreas mencionadas, defendendo que "existe obra feita" e citando exemplos como os projectos eU, a Biblioteca Online, o Programa Nacional de compras Electrónicas, o Portal do Cidadão, entre outros.




O PS, representado no encontro promovido pela APDSI por Mariano Gago, mostra-se disposto a consolidar algumas das iniciativas em curso, mas considera que existem lacunas graves por preencher, como na área do acesso e utilização da Internet em todas as escolas ou a concretização do princípio do Balcão Único, para a Administração Pública.




Uma das decisões do actual Governo demissionário que Mariano Gago elogiou foi a abertura do mercado da Administração Pública aos novos operadores de telecomunicações, "um passo na direcção certa", afirmou acrescentando que é preciso reforçar este tipo de medidas para que a concorrência se torne efectiva na área das telecomunicações, onde a força dos operadores históricos ainda impera. Como factor impulsionador de mudança, o responsável do PS propõe mesmo a criação de numa unidade específica dentro da Autoridade da Concorrência para o sector das telecom.




Já as potencialidades do Portal do Cidadão, "uma reformulação do antigo projecto Infocid", só nos podem deixar "relativamente envergonhados" face àquilo que se pode fazer actualmente online, defendeu, mostrando-se insatisfeito com os elementos de contacto entre o cidadão e a administração pública entretanto criados.




Carlos Patrão e Bruno Dias, respectivamente do Bloco de Esquerda e do PCP, mostraram-se mais preocupados com a infoexclusão e com as questões que versam a adopção do software livre na Administração Pública "onde já existem propostas avançadas, mas que falta concretizar", assim como a polémica que envolve a tentativa de criação de um sistema de registo de patentes na área do software para a Europa, enquanto o CDS/PP, representado por Carlos Dantas, se diz absolutamente envolvido no incentivo à I&D nacional.




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