A internet "aberta e infinita" a que temos acesso não é transversal a todos os países do mundo. Embora a democratização do acesso à informação tenha sido um dos pilares de construção da World Wide Web, o bloqueio e as restrições de acesso a certas partes da rede tornam evidente que a internet não é igual para todos.

No Médio Oriente, por exemplo, as situações de censura digital são conhecidas e repetem-se de forma frequente, mas um erro de configuração na "grande" rede norte-coreana destapou uma realidade ainda mais limitada.

Aproveitando uma brecha num dos servidores, vários especialistas conseguiram mapear todos os websites que o país tem registados com um domínio local (.kp). Ao todo, são apenas 28 - só em Portugal registaram-se mais de 23 mil novos domínios durante o segundo trimestre do ano.

De acordo com um jornalista do The Next Web, desta lista de endereços, muitos eram os links que terminavam em páginas vazias de conteúdo. Outros, como o cooks.org.kp ou o gnu.rep.kp, continham várias informações sobre a gastronomia do país e notícias de ciência e tecnologia que se esforçam por legitimar os testes nucleares conduzidos pelo executivo norte-coreano.

Os sites foram obtidos esta terça-feira por vários especialistas após um dos servidores que é utilizado para mapear os domínios e os respetivos endereços de IP ter sido mal configurado, permitindo transferências globais de vários registos DNS (Domain Name System).

Ao The Guardian, Martyn Williams, redator num blog de tecnologia norte-coreana, revelou que esta é apenas uma parcela "pouco relevante da presença da Coreia do Norte na internet" e que o material mais sensível permanece fora do alcance terceiros.

"É importante referir que este não é o sistema de domínios da intranet do país. A essa não é possível aceder através da internet seja de que forma for", disse Martyn Williams.

A lista de sites pode ser consultada através deste link.