Nem sempre os grandes lançamentos mundiais passam desde logo por Portugal, mas com o serviço de música Baboom tudo será diferente. Todo o desenvolvimento da plataforma, desde a versão Web até às aplicações mobile, está a ser feito em Portugal por uma equipa que é liderada por Marco Oliveira.



Esta é uma das razões que vai trazer o Baboom até ao mercado português em primeira mão, mas há outros motivos. O diretor executivo da empresa, Grant Edmundson, explicou em conversa com o TeK que Portugal partilha muito da cultura neo-zelandesa ao nível da contribuição para novos projetos e para novos valores culturais. E o Baboom apresenta-se como um serviço que quer potenciar os artistas de todo o mundo.



O lançamento da plataforma de música por streaming foi adiado para o primeiro trimestre de 2015, sendo que o lançamento deve acontecer durante o mês de março. “Estes são tempos excitantes, mas ainda há muito para ser feito. A equipa está a ser aumentada e existem muitas questões técnicas e financeiras, assim como de marketing”, explicou o CEO da empresa.



O epicentro da presença online


O tempo extra vai não só servir para arrumar a casa, como vai permitir acrescentar novas funcionalidades ao serviço. Até aqui só é conhecida a página dedicada a Kim Dotcom, uma das caras do projeto, mas tanto Grant Edmundson como Marco Oliveira, o diretor tecnológica da Baboom, levantaram um pouco o véu sobre o que aí vem.

A ideia passa por tornar a plataforma num serviço centrado nos artistas e onde os artistas podem ter aquilo a que têm direito. A César o que é de César. Eliminar barreiras burocráticas e criar um canal de comunicação direta entre músicos e fãs é um dos objetivos da plataforma.



Foi também revelado ao TeK que o Baboom terá uma forte componente social, querendo a plataforma posicionar-se como um centro que agregará todas as presenças sociais dos artistas e onde os músicos poderão tirar partido das novas tecnologias em proveito próprio.



No Baboom um rapper, por exemplo, poderá saber quantos utilizadores estão a ouvir as suas músicas, em que localicalizações e quais as faixas mais populares – tudo em tempo real. Com estes dados os artistas poderão depois potenciar a monetização do seu trabalho e da plataforma.



Grant Edmundson fala numa receção mista que tem sido feita ao Baboom, “tal como acontece noutros serviços”. O diretor executivo admite que a ligação de Kim Dotcom ao projeto levanta algumas barreiras, mas estão a ser dados passos para que os problemas pessoais do multimilionário alemão não condicionem de nenhuma forma o lançamento ou crescimento da plataforma. Por exemplo, a direção da empresa é independente e a participação do empreendedor não é gerida pelo próprio de forma direta.



Por isso é que a Baboom está a planear uma Oferta Pública Inicial (IPO na sigla em inglês), para conquistar a confiança dos utilizadores – além da angariar capital de investidores. Em nota de imprensa a Baboom fala numa avaliação atual que ronda os 27,5 milhões de euros.



Fazer dos artistas os senhores dos próprios destinos


Numa primeira fase a plataforma será composta sobretudo por artistas independentes, grupo de quem a empresa mais contactos tem recebido. Os artistas de estilos ligados à musica eletrónica e ao hip hop estão entre os que mais têm mostrado entusiasmo pela plataforma.

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Estando em Portugal, Grand Edmundson falou também dos artistas portugueses. Ainda não existe nenhuma parceria em concreto, mas o CEO reconhece a existência de “muito talento musical” e de uma falha muito grande entre os artistas de renome e os que ainda “estão a bater à porta”. E é justamente jundo dos que têm menos condições que o Baboom quer crescer – disponibilizando uma plataforma de distruibuição mundiall em modelos streaming, de download e até de vídeos.



Nos primeiros 12/18 meses do serviço a expectativa é de que estejam registados na plataforma entre 800 mil a 2,2 milhões de utilizadores – entre artistas e os comuns dos mortais. Grant Edmundson admite que um dos grandes desafios para o Baboom será a educação dos utilizadores que estão habituados a não pagar pela música.



“Esta é uma ideia que não defendemos”, sentenciou, revelando que o serviço estará disponível em diferentes modelos de subscrição e que também funcionará com base numa rede de anúncios.



Os utilizadores vão poder interagir com a publicidade e assim ganhar créditos Baboom – estes créditos poderão depois ser trocados por downloads de músicas por exemplo.



Baboom(PT)


Do lado português continua o trabalho esforçado para que o projeto esteja a 100% e com o maior número de funcionalidades possível no dia do lançamento. A equipa tem neste momento 20 elementos, todos portugueses, mas a Baboom Developers está à procura de mais pessoas – são procurados programadores de iOS e de Android por exemplo.



Na mesma conversa com o TeK, Marco Oliveira admitiu que a escalabilidade do projeto e a robustez do mesmo são duas das principais preocupações atualmente. “Não queremos que isto faça 'Baboom'”, ironizou.



Por fim fica prometida uma festa de lançamento para Portugal. Resta esperar para ver como será a estreia mundial de um serviço que tem tanto de mediático como de alma portuguesa.


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Rui da Rocha Ferreira


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico