Cerca de três meses depois da sua primeira realização em Nova Iorque - a 17 de Junho - Lisboa assistiu hoje à primeira Flash Mob nacional, mas o número de flashmobbers presentes foi escasso. O organizador deste evento está já a preparar uma repetição, procurando melhorar a adesão dos portugueses.

O local escolhido para a primeira Falsh Mob foram as imediações das escadarias da Assembleia da República, a hora marcada para o início do evento as 15:30. No entanto, do programa inadvertidamente publicado na Internet, através do seu blog, apenas se manteve o local de realização - dado, como veremos à frente, seguro numa Flash Mob que se preze.

De resto, perante o espanto generalizado de dezenas de jornalistas e curiosos que pararam no local para observar o aparato mediático, nada correu como o previsto. As vaias, palmas e acenos programados para se suceder com intervalos de um minuto - por uma pequena multidão que chegaria e deixaria o local em apenas 5 minutos - foram substituídas por um simples grito de "Yes!", proferido por cerca de meia dúzia de flashmobbers - número difícil de determinar devido à mistura com jornalistas, claramente em vantagem em relação aos primeiros...

Ainda assim, para Lucas, um brasileiro de 37 anos responsável por esta iniciativa pioneira no nosso país, os objectivos traçados para a mesma foram plenamente atingidos, uma vez que para este, "o Flash Mob é apenas uma brincadeira que queria fazer nem que fosse sozinho". E de facto, foi quase isso que aconteceu uma vez que dos 34 inscritos no evento - através de email - apenas uma minoria compareceu no local.

Lucas, profissional da área das telecomunicações, assegura que esse facto ter-se-á prendido em grande parte com a "timídez dos portugueses" e ainda ao "aparato mediático" que terá agravado ainda mais essa alegada característica nacional. Incompreensível para Lucas é mesmo a cobertura mediática do acontecimento que para o mesmo apenas pretende "quebrar o cinzentismo", utilizando para o efeito uma generosa dose de non-sense.

Quanto à alteração do programa, Lucas considera-a estar "de acordo com o espírito do Flash Mob, uma vez que a ideia é gerar a confusão", deixando assim as pessoas com a ideia de que "tudo pode acontecer" e que a "qualquer momento pode suceder algo de imprevisto". Fixo só mesmo o local do evento, de forma a concentrar as pessoas num determinado espaço para depois observar as suas reacções face a eventuais alterações de planos.

Terminado o primeiro Flash Mob, Lucas planeia já o próximo, retirando deste os ensinamentos que poderão fazer do seguinte um evento mais concorrido em termos de flashmobbers. Assim, o próximo Flash Mob terá um carácter nacional, ocorrendo em simultâneo nas maiores cidades do país. Objectivo: retirar-lhe a carga de evento único e assim dividir a atenção mediática. Quanto à data do mesmo poderá ser dia 25 de Outubro de modo a coincidir com a Flash Mob Global - que se realizará em vários pontos do mundo em simultâneo - ou uma semana antes, de forma a aproveitar o fim de semana e a eventual disponibilidade dos flashmobbers. É então esperar para ver, ou talvez não...