O programa é uma das iniciativas que a ACEPI está a desenvolver para promover a digitalização das empresas em Portugal e é focado na região norte, sendo apoiado pelo Norte 2020, enquanto o comerciodigital.pt, que também está em curso, abrange todo o território nacional.

O ponto de partida eram as PME do norte e desde o primeiro dia o objetivo era qualificar 50 empresas, dos mais diversos sectores de atividade, mas também realizar sessões de divulgação e três estudos avaliando a capacidade e potencial de internacionalização e comparando o Norte com outras regiões semelhantes.

“Sessenta por cento das empresas portuguesas não têm qualquer presença na internet, não têm página no Facebook, não estão no Google Maps, não têm site, e este é um dos grandes desafios que temos”, explicou Alexandre Nilo Fonseca, presidente da ACEPI durante a conferência organizada no Porto.

O potencial do comércio eletrónico para projetar o negócio das pequenas e médias empresas foi sublinhado pelo presidente da associação, que lembra que o mercado português é muito pequeno, mas que o potencial a explorar são os 1,4 mil milhões de utilizadores global. “No PC ou telefone não há pequenas empresas. A dimensão não importa e exemplo disso é a Farfetch”, adiantou.

Na mesma linha de ideias o secretário de Estado das Comunicações destacou na mesma sessão que “já temos unicórnios e alguma indústria 4.0 mas que temos outras empresas ainda a comunicar por sinais de fumo”, lembrando que é preciso as empresas abraçarem o digital, construindo a cadeia de valor e o conhecimento. “Quem não está na internet não existe, infelizmente temos muitas PME que estão fechadas no seu casulo e estão a ficar invisíveis para o mercado”, sublinha, reforçando que “temos um longo caminho a percorrer e devia ser rápido”.

50 PMEs com negócio em transformação que são exemplo para o sector

Durante a conferência foram organizadas 10 sessões e debates com as pequenas e médias empresas selecionadas para o Norte Digital e que nos últimos meses foram acompanhadas pela consultadoria especializada do programa.

As 50 empresas são de sectores tão distintos como a tecnologia, calçado, moda, alimentar, casa e mobiliário e foram escolhidas entre mais de 300 candidatas. Nas sessões contaram as suas histórias e partilharam dificuldades sentidas na entrada no mercado digital, quer na definição de estratégia de negócios quer na abordagem às ferramentas de marketing digital, onde tiveram o apoio do programa com uma consultadoria personalizada que ajudou a definir as melhores estratégias e aceso a emarketplaces internacionais.

Entre projetos que estão a iniciar, como o vestuário da Nuwa que está à procura de crowdfunding e outros já com alguma experiência de mercado, como o Pacifique Sud ou o Yogurtnest, as várias experiências mostram o potencial que as ferramentas digitais trazem para levar os produtos além fronteiras, e nestes dois casos a diferentes geografias, embora ainda em quantidades limitadas.

No final da conferência foi feita a entrega dos prémios às pequenas e médias empresas que participaram no Norte Digital.