Foi hoje assinado o protocolo que oficializa o arranque da Rede de Cinema Digital, um projecto que junta o Instituto do Cinema, Audiovisual e Multimédia (ICAM), o Ministério da Cultura, a UMIC e a Fundação para Computação Científica Nacional (FCCN) no objectivo de fazer chegar a produção cinematográfica nacional a um público mais alargado, através da Internet de banda larga.



Durante o primeiro ano de funcionamento, esta rede alternativa de transmissão e difusão de cinema, não comercial, contará com 20 salas. Estas estão distribuídas descentralizadamente pelo país e os interessados poderão frequentá-las para assistir gratuitamente a longas metragens, documentários e outras produções cinematográficas.



Pretende-se essencialmente "fazer chegar os conteúdos nacionais a mais sítios, e a sítios que normalmente não têm cinema", segundo explicou Elísio de Oliveira, presidente do ICAM durante a conferência de imprensa de apresentação do projecto.



A nova Rede de Cinema Digital estará assente na Rede Ciência, Tecnologia e Sociedade (RCTS) - a infra-estrutura de banda gerida pela FCCN que liga as instuições académicas nacionais - e oferecerá uma velocidade de transmissão de 20 MB no primeiro ano de funcionamento. Mediante o acordado, o débito deverá aumentar para os 50 MB finalizado esse período de 12 meses.



As cidades de Tondela, Tavira, Lisboa e Porto serão as primeiras a abrigar a transmissão de conteúdos cinematográficos via Internet, estando igualmente prevista a criação de salas em Évora, Faro, Covilhã, Vila Real e Bragança. Entre o conjunto dos 20 espaços que, numa primeira fase, integrarão a Rede de Cinema Digital, alguns estão alocados a campus universitários, enquanto os restantes ficarão sobre a alçada das Câmaras Municipais.



O re-aproveitamento ou construção de uma sala para a Rede de Cinema Digital obriga a um investimento por parte das autarquias na ordem dos 30 a 50 mil euros, um valor que poderá ser facilmente alocado pelas Câmaras Municipais interessadas, na opinião de Amaral Lopes, secretário de estado dos Bens Culturais. O investimento total neste projecto é de cerca de 500 mil euros, garantidos em 70 por cento no âmbito do POSI.



No investimento total está já abrangido o alargamento da rede aos PALOPS, com a adjudicação de duas salas de cinema por país de expressão portuguesa, acrescentou Amaral Lopes. "Este é um projecto que consegue conjugar duas áreas, a cultura e o meio académico, no objectivo comum de criar uma maior atractividade pelas obras realizadas em português, para o qual se garantiraram as condições de concretização", assegurou o responsável do Ministério da Cultura.



Diogo Vasconcelos, gestor da UMIC, igualmente presente na conferência de imprensa, lembrou que a Rede de Cinema Digital poderá ser aproveitada noutro sentido. "A partir do momento em que a plataforma de transmissão e visualização estiver a funcionar em pleno será uma hipótese interessante tentar dinamizar a produção de conteúdos cinematográficos em português através dela", deixou o desafio.



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