O Ministério das Comunicações russo anunciou que o país conseguiu realizar uma ligação bem-sucedida à RuNet, a alternativa russa à rede global de Internet. O teste é mais um passo no plano de desligar totalmente a Rússia da World Wide Web, o qual entrou em vigor em novembro após a sua aprovação por Vladimir Putin em maio deste ano.
Embora não tenham sido revelados mais detalhes acerca do teste, ou até do funcionamento da própria RuNet, o Ministério afirma que as autoridades e operadores de telecomunicações russas já “estão prontos para responder a possíveis riscos e ameaças e garantir o funcionamento estável da internet e da rede de telecomunicações unificada da Rússia”, avança o jornal russo Pravda. De acordo com Alexay Sokolov, ministro ajunto, os resultados do primeiro teste vão ser apresentados agora a Vladimir Putin.
Por trás do projeto RuNet está a “lei da Internet soberana”, aprovada ainda este ano. A legislação prevê que os sites russos funcionem sem ligação a servidores estrangeiros, dando ao governo russo o poder de “desligar” o país da World Wide Web por motivos de segurança nacional. O acesso a conteúdos que estariam bloqueados na região através de uma rede privada virtual (VPN) poderá também deixar de ser possível no país, indicam especialistas à BBC.
À semelhança da atuação do governo iraniano e chinês em relação ao acesso dos seus cidadãos à web, o projeto russo está a preocupar os especialistas, pois significa um controlo ainda maior daquilo que os cidadãos do país fazem na Internet, sendo um entrave à sua liberdade. No entanto, os planos de “isolamento tecnológico” russos não demonstram qualquer sinal de abrandamento. No início de dezembro, o país também aprovou uma lei que proíbe a venda de dispositivos como smartphones, televisões inteligentes, computadores e tablets sem aplicações russas pré-instaladas, indica um comunicado do Duma, o parlamento russo.
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