A empresa norte americana de privacidade na
Internet, SafeWeb, encerrou um serviço de
acesso anónimo à Internet que permitia aos
utilizadores de países onde a censura é mais
evidente, como a China ou o Irão, arranjar uma
maneira de aceder à Net. A empresa pôs termo a
este serviço, que tinha sido parcialmente fundado
pela CIA, na passada semana.



Especialistas atribuem a cessação deste serviço,
o segundo a encerrar em alguns meses, à mudança
de política em relação à segurança online
dos Estados Unidos, que favorece a segurança
nacional em detrimento da protecção de
privacidade.



Segundo declarações da porta-voz da Safeweb, Sandra Song, à agência Reuters, a empresa
encontra-se actualmente a desenvolver um produto
de segurança empresarial. A denominada "aplicação
extranet" irá permitir a
teletrabalhadores, parceiros e clientes para
aceder à rede empresarial em segurança através da
Internet, esclarece. De acordo com as afirmações desta responsável
esta é a área que as empresas, como a SafeWeb,
devem apostar se querem ter lucro.



Também a empresa canadiana Zero-Knowledge Systems, anunciou
em Outubro, que iria suspender os seus serviços
Freedom Network que permitiam aos utilizadores
navegar na Internet e utilizar o correio
electrónico sem ser identificados.



Esta firma, que cobrava 50 dólares (11 contos ou
56,60 euros) por ano pelo serviço, está a
concentrar esforços na venda de software de
segurança para consumidores, que inclui um
firewall pessoal e gestão de
palavras-chave.



Estas empresas estão entre um grupo de firmas que
se dedicaram, entre 1997 e 2000, às questões da
privacidade online e de utilizadores que
não queriam ser detectados sempre que acedessem a
uma página na Web.



Desde os ataques ocorridos a 11 de Setembro que o
governo norte americano colocou a segurança
nacional à frente da legislação para a
regulamentação da privacidade online, e
que a vigilância na Internet é justificada em
caso de protecção nacional. Todavia, o
enfraquecimento das empresas online,
principalmente daquelas que dependiam da
publicidade e de subscrições, parece ter forçado
as empresas de privacidade na Net a repensar a
sua estratégia de negócio.



A SafeWeb irá, no entanto, continuar a
disponibilizar um motor de busca anónimo por uma
taxa, através de uma parceria com a PrivaSec LLC, e
disponibilizará um serviço para a Voice of
America e Radio Free Asia que permitirá aos
utilizadores na China aceder a sites que se
encontram bloqueados pelo governo.



Uma empresa ainda a ter lucro com a questão da
privacidade é a Anonymizer.com, que cobra 50 dólares
(11 contos ou 56,60 euros) por mês ou 5 dólares
(mil escudos ou 5 euros). De acordo com o seu
presidente, Lance Cottrell, a firma tem
actualmente 20 mil subscritores activos e com
tendência para aumentar. Desde há seis meses que
a Anonymizer.com tem vindo a tentar entrar no
mercado empresarial e até fazer do próprio
governo dos Estados Unidos seu cliente.



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