
Uma vez o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, disse que os utilizadores de redes sociais não estão à procura de privacidade. A afirmação que gerou polémica parece ganhar uma nova dimensão com a apresentação de uma nova ferramenta, a que o serviço chama "Open Graph".
A novidade, revelada esta semana durante a conferência F8, inclui a integração de botões "Like" ("Gosto") em sites de terceiros onde os membros da rede social poderão identificar items de que gostam, gerando uma actualização automática do seu perfil com essa informação.
Desta forma, os amigos poderão seguir os interesses uns dos outros mesmo na navegação fora da rede social. Será como "ter amigos que nos guiem online", disse o fundador da rede social à BBC. E será também o momento em que a expressão "seguir" alguém no Facebook ganha toda uma nova dimensão, arriscamos nós.
As preferências são registadas pelo serviço, à semelhança do que acontece com as outras informações partilhadas pelos utilizadores na rede social, permitindo gerar uma compilação de interesses mas também "oferecer uma experiência mais personalizada" no acesso aos sites parceiros.
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Isto significa que, através das preferências manifestadas anteriormente pelo utilizador, estes estarão em condições de lhe apresentar conteúdos (e publicidade) mais direccionados aos seus interesses.
De notícias a fotografias, músicas, filmes, roupas ou sapatos, a lista de coisas a gostar pode crescer à medida que novos parceiros adiram ao protocolo. Para já estão confirmados sites noticiosos como o da CNN ou New York Times, o especializado em cinema IMDb, o canal de desportos ESPN, a música do Pandora ou… a Levi's.
Neste caso, por exemplo, para além de integrar os botões "Gosto" na sua loja virtual, a marca vai criar uma "friend store" onde os clientes registados no Facebook poderão aceder à lista de artigos favoritos dos seus contactos e "ir às compras online com eles" (!), naquilo que a empresa classifica como a criação de uma experiência que "vai mudar a forma como as pessoas compram online".
Outro dos parceiros é a Microsoft, que introduziu a possibilidade de os utilizadores da sua ferramenta Docs.com, que estejam registados (e autenticados) no Facebook, participarem na edição colaborativa e partilha de documentos com os seus contactos na rede social.
Aquilo que Mark Zuckerberg afirma ser "a coisa mais transformadora" que o Facebook já fez pela Web, com o objectivo de "colocar o utilizador e os amigos no centro" da rede, promete levar a ideia de "partilha" do serviço a um outro nível e não falta já quem levante questões a respeito das garantias de privacidade. Não obstante, a empresa já garantiu que a nova funcionalidade se destina apenas a quem optar por fazer uso dela.
A apresentação do Open Graph marca mais um passo no caminho para "construir uma Web que seja por defeito social", que o responsável assume como um dos seus objectivos. As pessoas estão a descobrir uma nova forma de procurar informação, usando não só os motores de busca, mas aquilo que os seus amigos já descobriram.
A rentabilização da popularidade atingida pelo serviço, que conta com mais de 400 milhões de utilizadores, ou uma ameaça séria à Google são outras das questões levantadas por quem tem acompanhado a evolução.
E depois há quem se questione a respeito da enorme quantidade de dados que estão a passar pelo Facebook. "A ideia de sociabilizar a Web é de facto impressionante, audaz e um pouco assustadora", disse à BBC, Om Malik, fundador e editor do blog especializado em tecnologia GigaOM.
O especialista alertou também para o facto da rede social não ter sido especialmente detalhada a respeito do controlo dado aos utilizadores sobre a informação a respeito daquilo que fazem na Web.
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