
Scarlett Johansson voltou a pedir regulação para a inteligência artificial e para os abusos que podem ser cometidos usando a tecnologia, manipulando a voz e a imagem de pessoas reais. Para a atriz, este mais um caso mediático em que viu o seu nome envolvido e valeu uma longa publicação a criticar a lentidão dos Estados Unidos na aprovação de leis que definam limites ao uso da IA e ao seu poder para manipular informação real.
A atriz reagiu assim à manipulação da sua imagem, integrada num vídeo que supostamente mostra a reação de vários artistas às declarações antissemitas proferidas por Kanye West na rede social X há dias.
O vídeo foi criado com recurso a IA generativa e as celebridades sucedem-se no conteúdo, vestindo tshirts brancas com o nome do rapper e um gesto de dedo obsceno. Na verdade nenhuma delas aceitou participar no vídeo, que ainda assim pretende ser um manifesto contra as declarações. As imagens de cada celebridade foram manipuladas e “vestidas” com a t-shirt de protesto. O conteúdo foi divulgado através do Instagram, que o marcou como vídeo produzido com IA, o que para muitos utilizadores bastará para saberem que foi manipulado, mas para outros não.
Numa longa comunicação, Scarlett Johansson defendeu que, por mais condenável que seja uma mensagem, ninguém deveria ter o direito de usar a imagem de outros para a contestar. “Sou uma mulher judia que não tolera o antissemitismo ou o discurso de ódio de qualquer tipo. Mas também acredito firmemente que o potencial de discurso de ódio multiplicado pela IA é uma ameaça muito maior”, defendeu. “Temos de denunciar o uso indevido da IA, independentemente da mensagem, ou arriscamo-nos a perder o controlo da realidade”.
A atriz acredita que estamos a chegar a um ponto limite para definir essas regras necessárias para a IA. Chama “progressistas” aos países avançados nessa regulação e frisa que os Estados Unidos não estão no grupo. “É assustador que o governo dos EUA esteja paralisado, quando se trata de aprovar legislação que proteja todos os seus cidadãos contra os perigos iminentes da IA. Exorto o governo dos EUA a fazer da aprovação de legislação que limite a utilização da IA uma prioridade máxima”.
Scarlett Johansson já tinha partilhado publicamente as suas preocupações sobre o tema, quando uma voz idêntica à sua foi usada no ChatGPT. A atriz garantiu que era a sua voz, usada sem autorização, a OpenAI assegurou que não era. E essa não foi a primeira vez que a artista se viu envolvida num caso do género. Em 2023 já tinha avançado com uma ação contra uma app que usou a sua imagem manipulada sem autorização. Volta a reforçar a posição contra este tipo de abuso da sua imagem.
O vídeo onde a imagem da atriz é usada sem autorização contesta as posições públicas do rapper Kanye West, que na semana passada em cerca de duas horas fez quase quarenta publicações no seu perfil da rede social X, quase todas elas polémicas. Muitas tinham a ver com judeus, por quem confessa ódio. Admitiu simpatizar com o nazismo e também escreveu que todos os brancos são racistas, ou que não tem amigos porque isso é coisa de crianças.
Depois dos desabafos a conta ficou desativada, não se sabe se por vontade própria ou se foi bloqueada pela plataforma, mas uma onda de indignação já se tinha espalhado entretanto.
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