Uma investigação à venda online de medicamentos contrafeitos levou à notificação, para encerramento, de cinco sites e à captura de 48 encomendas em Portugal. A investigação que conduziu aos resultados foi de dimensão internacional, coordenada pela Interpol e levada a cabo pela Organização Mundial de Saúde, com a colaboração de 27 alfândegas de outros tantos países.

Um dos aderentes, Portugal participou nesta operação de combate à venda de medicamentos contrafeitos e ilegais em duas vertentes, pondo em marcha uma campanha de sensibilização dos utilizadores para os perigos da venda online de medicamentos e apertando o cerco à inspecção de encomendas postais originárias do estrangeiro.

De acordo com os números revelados ontem foram durante o período verificadas 239 encomendas postais, 48 acabaram apreendidas por conter medicamentos ilegais ou contrafeitos, num total de 1.075 comprimidos, como relata o Jornal de Notícias.

Mais de 80 por cento das apreensões dizem respeito a medicamentos que vieram da Índia, mas também foram apreendidos medicamentos originários da China, Brasil e Estados Unidos.

O negócio da venda online de medicamentos está em crescimento e as autoridades suspeitam que grupos ligados a outro tipo de crimes estejam a deslocar-se para esta área e a montar novos esquemas em torno do negócio.

No ano passado foram capturadas 32 mil unidades de medicamentos falsos ou ilegais, num valor de 300 mil euros, mas estima-se que o negócio ultrapasse os 50 milhões de euros.

Globalmente a operação Pangea II, em que Portugal participou, levou à apreensão de 995 remessas de medicamentos e ao encerramento de 72 sites. Na maioria estas plataforma online têm um aspecto credível, muitas até com informação técnica ou aconselhamento disponível, mas os medicamentos são contrafeitos e, alerta o Infarmed, podem representar um grande risco para a saúde.