Comum a todos os sectores, a lentidão continua a ser a principal deficiência das páginas Web portuguesas, afectando 71,4 por cento das mesmas, revela o 3º Estudo sobre a qualidade dos Websites Portugueses da Compuware, relativo a Outubro deste ano.



Este foi o pior valor registado pela Compuware nos três estudos realizados por si até agora, já que em Junho de 2000, no primeiro relatório do género, a morosidade afectava 69 por cento dos sites, tendo diminuído para os 65,5 em Janeiro de 2001.



A situação agravou-se em todos os sectores analisados no estudo, indica a Compuware, com excepção para o caso dos ISPs e portais em que se mantiveram níveis idênticos aos de Janeiro de 2001, acrescenta a empresa de soluções de empresariais. O principal destaque negativo vai para o sector das telecomunicações, onde a lentidão duplicou em Outubro de 2002 face aos níveis do início do ano passado.



Além do sector das telecomunicações, com os seus 90,3 por cento, a morosidade afecta 86,5 por cento dos sites relacionados com a área de distribuição, 80,7 por cento dos portais e ISPs, 66,5 por cento dos sites da administração pública , 55,8 por cento no sector financeiro - excluindo a banca online, que analisada à parte regista valores na ordem dos 60 por cento. Acrescentados este ano, os sectores das viagens e desporto são afectados pela lentidão em, respectivamente, 85,5 por cento e 75 por cento.



A perda de atributos das páginas Web, ou seja, a inexistência de parâmetros de altura e largura de imagens, continua a ser o principal problema das páginas Web portuguesas, que se regista em 53,9 por cento dos sites analisados, um aumento de 5,9 por cento face ao verificado no estudo anterior.



A esta morosidade, há que somar as páginas que são lentas por si próprias. Neste caso a percentagem manteve-se nos 17,5 por cento. "Assim, tendo em conta a perda de atributos e o seu impacto na velocidade de download, bem como as páginas lentas, conclui-se que 71,4 por cento dos sites portugueses continuam a poder ser considerados lentos, contra um índice de 69 por cento apurados no primeira estudo e os 65,5 por cento do segundo estudo", indica a Compuware.



O terceiro maior problema são agora as páginas antigas, ou não renovadas durante um período de seis meses, com 9,7 por cento. Segue-se com 7,6 por cento a ruptura de links internos, que piorou relativamente aos 4,5 por cento do ano passado. Finalmente com 5,4 por cento, surge "ausência ou perda de títulos de páginas", um atributo indispensável para a localização da página dentro da Internet, sendo de realçar neste ponto a forte melhoria registada comparativamente aos 13,1 por cento de 2001.

Resultados do estudo por sectores de actividade

No sector financeiro, o principal problema detectado continua a ser o da perda de atributos, embora tenha melhorado comparativamente aos valores registados em 2001.



O sector dos ISPs e dos portais foi dos que, segundo a Compuware, registou mais melhorias. A "perda de atributos" continua a ser o principal problema das páginas Web relativas a esta área de actividade, mas a situação de todos os restantes parâmetros melhorou.



No sector das telecomunicações, merece destaque o facto de ter piorado a situação da perda de atributos e das páginas lentas para níveis superiores aos do primeiro estudo efectuado em Junho de 2000. A perda de atributos, que havia melhorado de 53,8 por cento em 2000 para 37,7 por cento em 2001, piora agora para o nível dos 75,8 por cento, enquanto as páginas lentas seguem a mesma tendência.



Relativamente ao mercado da distribuição, o destaque vai para a pior situação na perda de atributos que subiu face aos estudos anteriores, para atingir os 57,5 por cento.



No sector da administração pública, as deficiências mais significativas prendem-se igualmente com a perda de atributos que subiu para os 54 por cento, comparativamente aos 53 por cento de Janeiro de 2001.



Na área da banca online, por si só, as deficiências mais detectadas são a perda de atributos com 49 por cento, seguida da perda de títulos de páginas, em 11,8 por cento, das páginas lentas, com 11,4 por cento, da ruptura de links internos em 9,2 por cento e das páginas lentas, com 6,8 por cento.



No sector da viagens, as deficiências detectadas mais significativas são a perda de atributos, com 73 por cento, seguida das páginas lentas (12,5%) e das páginas antigas (8,3%). A ruptura de links é de apenas 3,8 por cento e a perda de títulos de páginas regista dois por cento.



Nos sites do sector do desporto abrangidos pelo estudo, a perda de atributos é também a deficiência mais registada com 50,5 por cento, seguida das páginas lentas (24,5%), das páginas antigas (13,5%), da perda de títulos de páginas (3,8%) e da ruptura de links internos (6%).



Este terceiro estudo sobre a qualidade dos sites da Compuware foi mais uma vez realizado com base na sua ferramenta Webcheck, uma solução para testes a páginas Web, por meio da análise real de uma amostra de mais de uma centena de sites, acrescentou a empresa.



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