O desenvolvimento da Sociedade de Informação e os compromissos éticos que esta deveria abarcar estiveram hoje em discussão em Lisboa pela mão da APDSI - Associação para a promoção e desenvolvimento da sociedade da informação. A associação liderada por José Dias Coelho reuniu um conjunto de convidados, do sector tecnológico, académico e empresarial, com o objectivo de dar continuidade ao debate cujo tema já foi objecto de uma conferência em 2004.
A quantidade de problemáticas geradas em torno da ética na Sociedade de Informação foi vista de diversas perspectivas, embora um factor comum em todas as apresentações tenha sido o lado do compromisso das empresas para com o consumidor.
Seja nos meios de comunicação, na Internet, nas aplicações empresariais, nos serviços de telecomunicações ou em outras variantes que compõem a referida sociedade, o cliente/espectador é sempre o visado de todas as campanhas ou decisões tomadas pelo lado do fornecedor de serviços/conteúdos.
Neste sentido, e dada a multiplicidade de ofertas face ao desconhecimento do consumidor, muitas vezes é o lado da procura que sai prejudicado porque o lucro gerado pelas audiências ou da venda de aplicações é tanto maior quanto o público angariado. A resposta às necessidades do consumidor acaba muitas vezes por minimizar a carácter do produto oferecido quebrando aquele que deveria ser um dos princípios éticos base: assegurar a melhor qualidade possível do serviço.
Contudo, a globalidade da Sociedade de Informação tornou a discussão subjectiva. Isto porque não há um código de conduta que vá além das regras e dos regulamentos, do enquadramento legal e que por direito regule ou atribua responsabilidades.
Uma das conclusões no final do colóquio promovido pela APDSI recaiu precisamente nesse ponto: na necessidade de implementar uma ética, um código que legitime as direcções do progresso e da responsabilidade social, ou, como referiu José Tribolet, professor do IST convidado para fechar a sessão, "é preciso criar um juramento de Hipócrates dirigido à Informação", já que "não existe qualquer código de ética ou legislação no âmbito das TIC".
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