A visão partilhada pelo CEO da Meta é optimista e baseada na ideia de que ao dar acesso ao poder da Inteligência Artificial, e a Superinteligência, os benefícios vão ser sentidos na vida das pessoas e que isso é o contributo mais poderoso.

"Sou extremamente optimista de que a Superinteligência vai ajudar a humanidade a acelerar o ritmo do progresso. Mas talvez ainda mais importante é que a superinteligência tem o potencial para iniciar uma nova era de empoderamento pessoal, onde as pessoas terão maior autonomia para melhorar o mundo nas direções que escolherem", afirma Mark Zuckerberg na publicação. 

Os desenvolvimentos dos últimos meses deram já uma perspectiva do que pode mudar nas nossas vidas mas o criador do Facebook admite que a evolução é  ainda lenta, mas inquestionável.

"O desenvolvimento da superinteligência está agora à vista", afirma Mark Zuckerberg, defendendo que nos próximos anos vai melhorar os sistemas, e permitir a descoberta e criação de "novas coisas que não pensávamos imagináveis hoje". A questão que está ainda em aberto é onde deve ser aplicada.

"Em alguns aspectos, esta será uma nova era para a humanidade, mas em outros, é apenas a continuação de tendências históricas", explica. "Há apenas 200 anos, 90% da população era formada por agricultores que cultivavam alimentos para sobreviver. Os avanços tecnológicos têm gradualmente liberado grande parte da humanidade para se concentrar menos na subsistência e mais nas atividades que escolhemos", lembra Mark Zuckerberg, dizendo que "as pessoas têm usado nossa recém-descoberta produtividade para alcançar mais do que era possível antes, expandindo as fronteiras da ciência e da saúde, além de dedicar mais tempo à criatividade, à cultura, aos relacionamentos e a aproveitar a vida".

A ideia de que todas as pessoas vão ter uma superinteligência pessoal, que as ajuda a "alcançar os seus objetivos, criar o que querem ver no mundo, experimentar qualquer nova aventura, ser um melhor amigo para aqueles de quem gosta e crescer para se tornar na pessoa que aspira ser" é sublinhada no artigo publicado, parecendo mesmo demasiado optimista, mas há também alertas sobre os riscos.

A Meta quer garantir o acesso da superinteligência para todos. "Acreditamos em colocar este poder nas mãos das pessoas para o direcionarem para o que valorizam nas suas vidas". É uma intersecção com a tecnologia que se vai tornar mais importante no futuro. 

Ao contrário dos avisos de alguns peritos, Mark Zuckerberg descreve um futuro onde as pessoas gastam menos tempo em software de produtividade e mais tempo em criatividade e ligações. A superinteligência pessoal e os equipamentos como óculos de realidade aumentada, que entendem o contexto e interagem connosco durante o dia, vão tornar-se os equipamentos de computação principais. 

Serão os óculos inteligentes os computadores do futuro (presente)?
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 Mesmo assim o CEO da Meta avisa para algumas questões de segurança. "Precisamos de ser rigorosos na mitigação desses riscos e cuidadosos com o que escolhemos para tornar público. Ainda assim, acreditamos que construir uma sociedade livre exige que procuremos dar às pessoas o maior poder possível".

"O resto desta década provavelmente será o período decisivo para determinar o caminho que essa tecnologia tomará e se a superinteligência será uma ferramenta de reforço pessoal ou uma força focada em substituir grandes partes da sociedade", admite.

A perda massiva de postos de trabalho é um dos maiores riscos apontados ao desenvolvimento da Inteligência Artificial, com alguns estudos a apontarem para elevados níveis de desemprego em profissões ligadas ao conhecimento. Um estudo em Portugal admite que 28,8% dos empregos correm o risco de desaparecer com o desenvolvimento da IA

Ainda esta semana entra em vigor na Europa o AI Act que pretende garantir maior proteção em relação aos riscos de utilização da Inteligência Artificial.