A máxima até parece óbvia: "ter uma estratégia para colocar conteúdos na Web é crucial para o sucesso", mas o que Kristina Halvarson veio dizer à segunda edição da UX Lx é que para muitas empresas não o é. Por falta de recursos, ou visão, a forma como as empresas se preparam para levar os seus conteúdos para a Web carece de uma estratégia que assegure sucesso, coerência e alinhamento com os objectivos de negócio.



A CEO e fundadora da Brain Traffic - e autora do livro a Content Strategy for the Web - sublinhou alguns erros comuns na estratégia das empresas quando planeiam levar os seus conteúdos para a Web e questionou: "se o mais importante é o conteúdo, como podemos pô-lo na Web e deixar de nos preocupar com ele?"



Como frisou, os conteúdos Web hoje são tudo menos estáticos. Uma vez publicados há-de haver quem os veja, partilhe, comente ou interaja com eles que qualquer forma. Mais do que levar conteúdos para a Web é preciso saber como levar, como mantê-los e com que objectivos se faz esta aposta, defende.



O livro de Kristina Halvarson procura estabelecer um conjunto de princípios que considera essenciais à definição de uma estratégia para os conteúdos Web. Aqui defende que as fundações de um projecto online têm de ser sempre o princípio de um projecto de sucesso.



Não vale a pena introduzir pequenas melhorias num projecto mau, que não funciona e que tem má apresentação. "A base tem de ser o ponto de partida para uma estratégia de sucesso na colocação de conteúdos na Web". Quando o modelo está desenhado e implementado e os conteúdos chegam ao cliente ou ao consumidor, ainda mais importante é que vão ao encontro das suas necessidades e se mantenham fáceis de usar e relevantes. Caso contrário, o investimento não será rentabilizado.



Nas apresentações da manhã deste terceiro dia de User Experience foram ainda exploradas as combinações cruzadas de canais de contacto com o cliente com resultados comprovados, uma abordagem de Nick Finck, especialista em arquitectura da informação, design de interacção e usabilidade.



O orador defendeu que, para garantir um entendimento adequado do que é necessário fornecer ao utilizador para uma experiência interessante, é preciso que o designer extravase as suas áreas base de conhecimento. É preciso "comunicar com outras áreas da empresa para conseguir captar toda a informação disponível" sobre o cliente e maximizar as hipóteses de desenhar um produto que vá de encontro às expectativas do cliente.



Já Stephen Anderson deixou no evento um conjunto de dicas, numa apresentação centrada nas competências de pensamento crítico que, como defendeu, todos os profissionais de usabilidade devem procurar cultivar.



Explorar várias perspectivas, apreciar os detalhes, desafiar os pressupostos, procurar desenvolver projectos capazes de captar a emoção dos utilizadores e procurar sempre reformular o problema inicial, em vez de o encarar pelo mesmo prisma que conduziu ao desafio, foram algumas das dicas que o consultor deixou a uma sala cheia.