Um grupo de sociólogos finlandeses da Universidade de Tampere realizou
recentemente um inquérito que revela uma imagem mais negativa da Sociedade da
Informação na Finlândia do que aquela que é normalmente divulgada.

O caso finlandês de sucesso assentou sobretudo no facto do número de
trabalhadores do conhecimento - profissionais exercendo funções especializadas
que exigem um alto nível de educação formal, capacidade de tomar decisões
individualmente e de utilizar as Tecnologias da Informação e da Comunicação -
ter mais do que triplicado naquele país entre 1988 (12%) e 2000 (39%).

Mas, os investigadores Raimo Blom, Harri Melin e Pasi Pyöriä concluem que, em
termos das suas consequências sociais, as alterações que estão a decorrer
desde há alguns anos até hoje não podem ser comparadas com as mudanças da
industrialização e urbanização ocorrida após a Segunda Guerra Mundial.

Na sua opinião, isso deriva do facto de as oportunidades de igualdade social
oferecidas com o crescimento do trabalho baseado no conhecimento serem muito
mais limitadas do que na altura da transição entre a produção agrícola e
industrial. Os sociólogos finlandeses referem que o trabalho baseado no
conhecimento é marcado por fortes contradições.

Isto porque apesar de oferecer um grande nível de autonomia e recompensas
monetárias consideráveis, também envolve altos níveis de stress e
elevadas expectativas para responder às exigências do mercado laboral em
permanente evolução.

Por isso, os investigadores notam, tendo por base a experiência
finlandesa, que a informacionalização das sociedades contemporâneas pode
significar um crescimento da riqueza material, mas que não é ainda certo se
isto irá traduzir-se num bem-estar social e em igualdade de oportunidades
para todos.

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