Cada vez mais utilizadores recorrem aos sites de livrarias e mesmo de supermercados para encomendar e comprar os livros escolares antes do regresso às aulas de Setembro. Não existem números oficiais, nem a comparação com os meios tradicionais para a compra de manuais para a escola, mas os vários players de mercado referem esta tendência.

As vantagens percepcionadas relacionam-se sobretudo com a comodidade de encontrar a lista de livros escolhidos por cada escola e grau de ensino a nível do território, mas também com os descontos sobre o preço do editor, que chegam aos 10% no caso dos manuais escolares e aos 20% em livros auxiliares.

E o interesse faz com que mais serviços de reserva e venda online se juntem a livrarias que já apostam neste mercado há alguns anos, como a Wook da Porto Editora e a MediaBooks do Grupo Leya. Este ano o a Jumbo estreou o serviço de reservas de livros escolares na Internet e o a El Corte Inglês também teve essa possibilidade activa até final da semana passada.

Alguns serviços têm a informação sobre os manuais adoptados apresentada de forma mais fácil para os utilizadores, como é o caso da Wook, a livraria da Porto Editora, que no ano passado mudou de nome, mas também da MediaBooks, do Grupo Leya.

A experiência acumulada das duas livrarias ajuda a uma organização mais eficiente e a uma lista mais completa, enquanto no caso do Jumbo, do Grupo Auchan, que este ano se estreia na encomenda pela Internet, é mais raro encontrara o rol completo de livros adoptados. De qualquer forma, esta informação deve sempre ser confrontada com a lista fornecida pelo próprio estabelecimento de ensino, segundo conselho do Ministério da Educação.

Em relação à adesão ao serviço, a maioria dos players refere um crescimento significativo em relação a anos anteriores, com a MediaBooks a registar até uma duplicação face a igual período do ano passado, segundo dados do Departamento de Comunicação do Grupo Leya.

Rui Aragão, director da Wook, não adianta ainda valores finais, já que “como é hábito, os portugueses deixam as compras para o final”, pelo que refere ser ainda prematuro falar num aumento de encomendas.

Novos serviços
O Jumbo estreou este ano a reserva de livros escolares online, que depois devem ser levantados nas lojas. O objectivo é dar aos clientes comodidade e conforto na aquisição de livros, com descontos de 10% sobre o preço do editor a que se junta um desconto adicional de 5% caso opte por pagar com o cartão de cliente Jumbo, explica ao TeK João Canaveira, Director de Comércio online.

“O facto de oferecermos este serviço permite ao cliente ganhar confiança no canal digital e assim poderá também experimentar comprar produtos alimentares”, justifica.

No ano passado o Jumbo não teve livros escolares à venda, embora tenha experimentado o serviço, nas lojas, em 2007, mas a comparação permite verificar um crescimento de interesse entre os dois períodos.

Em contra ciclo, o Continente teve também o serviço de reservas online em 2007, acabando por o abandonar, mas sem avançar qualquer explicação para esta decisão.

Ainda nos supermercados, o El Corte Inglês mantém também a reserva de livros escolares online e nas lojas, embora a venda seja feita exclusivamente nas lojas. No entanto a reserva pela Internet só esteve a funcionar até ao final da semana passada, estando actualmente desactivado.

O gabinete de comunicação refere porém que as reservas continuam offline e que estão a registar uma adesão muito superior à dos anos anteriores.

A falta de números oficiais que compare a venda de manuais através da Internet e dos meios tradicionais não permite a visão clara sobre a adesão dos utilizadores a este meio, mas Rui Aragão garante que a Internet continua a ter uma percentagem muito residual, até porque há milhares de pontos de venda espalhados pelo país.

As falhas de entregas que ocorreram no ano passado, por dificuldade das editoras em fornecerem atempadamente os manuais, acabou por não afectar o serviço online, até porque, “os clientes conseguem perceber quando a falha é de um serviço ou de abastecimento do mercado. No ano passado o problema verificado era do conhecimento da opinião pública, sabia-se que a situação foi provocado por um deficiente abastecimento de mercado, e isso permitiu que a imagem dos livreiros não fosse afectada”, refere Rui Aragão, uma opinião corroborada pelo gabinete de comunicação do El Corte Inglês.

Para este ano não são esperadas quaisquer dificuldades neste sentido. Segundo o director da Wook, os editores já abasteceram o mercado e as entregas da livraria online está a ocorrer “em apenas alguns dias depois da encomenda colocada”.

Fátima Caçador