Cinquenta e seis por cento das empresas europeias atingiram até final do ano passado um nível básico de intensidade digital. As empresas neste patamar já usam pelo menos quatro de 12 tecnologias selecionadas, onde se incluem a inteligência artificial ou o comércio eletrónico, com um impacto mínimo relevante (1%) nas suas receitas. Os números são do Eurostat e também revelam que, entre as pequenas e médias empresas, 55% já conseguiram ascender a este nível básico de intensidade digital. Nas grandes empresas essa realidade verifica-se em 88% das organizações.
Recorde-se que uma das metas do Digital Compass é criar condições para que 90% das PMEs europeias alcancem, pelo menos, um nível básico de intensidade digital até 2030, um objetivo que está assim a 35 pontos percentuais de distância.
Os mesmos dados mostram que só 3% das PME conseguiram atingir um nível de intensidade digital muito elevado, até final do ano passado. É bem mais representativo o volume de PMEs com um nível baixo (34%) ou muito baixo (45%) de intensidade digital. Na verdade, entre as grandes empresas, os números também mostram que há um longo caminho a percorrer até que a maioria goze de níveis elevados de intensidade digital. Só 18% das grandes empresas europeias já alcançaram esse estatuto.
Por países, verifica-se que as nações com mais empresas num nível elevado de intensidade digital são a Finlândia, Dinamarca e Malta. No extremo oposto da tabela estão a Roménia e a Bulgária, onde cerca de três quartos das empresas ainda estão num nível de intensidade digital muito baixo.
Portugal surge neste índice alinhado com a média europeia, com quase metade das empresas num nível ainda muito baixo de intensidade digital. Apenas um quinto das empresas em Portugal estão já num nível elevado ou muito elevado de intensidade digital, semelhante àquilo que se passa em Itália e significativamente melhor que a realidade em França ou na Grécia.
Em julho já tinham sido conhecidos os resultados do Índice de Digitalidade da Economia e Sociedade na UE. A edição deste ano do estudo posiciona Portugal na 15ª entre os 27 Estados-membros da União Europeia, o que representa a subida de um posto quando comparado com o ano passado. Refere-se, no entanto, que os progressos de Portugal são ligeiramente inferiores aos dos países homólogos, neste último ano.
O DESI voltava a colocar Portugal perto do grupo da frente no que se refere aos avanços na Administração Pública Digital. Nas empresas o cenário não é tão avançado, embora a pesquisa revelasse, por exemplo, que Portugal é o segundo país da União Europeia onde as empresas mais utilizam inteligência artificial, logo a seguir à Dinamarca.
Mostrava também que Portugal estava perto da média europeia no que se refere à utilização de serviços cloud sofisticados ou de nível intermédio nas empresas, com cerca de 30% das organizações a recorrerem a esses serviços.
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