A Comissão Europeia apresentou os resultados do estudo Índice de Digitabilidade da Economia e Sociedade (IDES) de 2022, um relatório anual realizado desde 2014 com o perfil dos Estados-membros onde são identificadas as áreas digitais que requerem ações prioritárias. O novo relatório baseia-se maioritariamente em dados de 2021 e apresenta o progresso feito na transformação digital.
O estudo diz que num ano marcado pela COVID-19, os Estados-membros apresentaram avanços nos esforços digitais, mas ainda assim, tiveram dificuldades em ultrapassar certos obstáculos nos skills digitais, na transformação digital das PMEs e no desenvolvimento das redes avançadas de 5G.
Bruxelas relembra que os 127 mil milhões de euros disponibilizados para o Plano de Recuperação e Resiliência, dedicados a reformas e investimentos na área digital, oferecem uma oportunidade sem precedentes para acelerar a transformação digital que os Estados-membros da União Europeia não podem perder.
A adoção de tecnologias-chave digitais, tais como inteligência artificial e Big Data pelas empresas continua baixa. E por isso, Bruxelas diz que é necessário acelerar o total desenvolvimento das infraestruturas de conetividade, sobretudo o 5G, que é um requisito para os serviços e aplicações inovadoras.
Por outro lado, a literacia digital é outra área onde os Estados necessitam de alavancar. Margrethe Vestager, vice-presidente executiva para a Estratégia Digital da União Europeia, disse que para se cumprir os objetivos da Década Digital marcada para 2030 é preciso começar já a fazer os investimentos e reformas necessárias.
O estudo mostra que é preciso reforçar o trabalho na digitalização da indústria, incluindo as PMEs. Thierry Breton, Comissário para o Mercado Interno, diz que todas as PMEs, negócios e indústria da União Europeia devem ter as melhores soluções digitais disponíveis para si e terem acesso a uma infraestrutura de conetividade digital de classe mundial.
Apesar da Finlândia, Dinamarca, Holanda e Suécia serem os países mais avançados no plano digital, estes também enfrentam obstáculos em diferentes áreas-chave. A adoção de IA e Big Data está abaixo dos 30%, muito aquém da meta dos 75% traçados para 2030. Mais uma vez, os skills digitais baixos estão a abrandar o progresso geral e a levar a uma exclusão digital.
Ainda assim foi traçada uma tendência convergente positiva, o facto de a União Europeia continuar a melhorar o seu nível de digitalização. Mesmo os países que começaram a sua jornada com baixos níveis, estão neste momento a apanhar gradualmente os restantes, de forma rápida. Exemplos da Itália, Polónia e Grécia que têm vindo a melhorar a sua posição na tabela do DESI nos últimos cinco anos. A política focada no digital, com o reforço do financiamento europeu mostrou resultados.
Portugal surge a meio da tabela da classificação do IDES
No estudo DESI, Portugal ocupa o 15º lugar entre os 27 Estados-membros da União Europeia, o que representa a subida de um posto quando comparado com o ano passado. É referido, ainda assim, que os progressos de Portugal são ligeiramente inferiores aos países homólogos. Para o país, em 2020, no Plano de Ação da Transformação Digital, as prioridades nacionais centraram-se na capacitação e inclusão digital das pessoas, transformação digital das empresas e digitalização da Administração Pública.
A Estrutura de Missão Portugal Digital está em curso no país e é referido que está a ser cumprida com uma eficácia cada vez maior. Os resultados das iniciativas e indicadores estão a ser monitorizados numa plataforma dedicada, procurando-se fornecer informações transparentes ao público dos progressos realizados.
Foi anotado os melhoramentos do INCoDe.2030, a estratégia nacional de capacitação, assim como uma governação e coordenação mais simples, com metas a atingir em 2025 e 2030. É ainda referido que Portugal adotou uma série de medidas para dotar a população com competências, expansão de conetividade, assim como o apoio da adoção de tecnologias pelas PMEs. Por outro lado, são notadas as disparidades entre as empresas e pessoas na adoção de TIC.
O documento afirma que para Portugal reduzir o fosso digital no país, são necessários mais diplomados em TIC. Ainda assim, a pontuação de Portugal de 4,7% está próxima da média europeia (4,5%), uma tendência apontada como positiva. A intensificação dos esforços em aumentar o nível de competências digitais das pessoas em geral, sobretudo da população ativa, também foi distinguida. As infraestruturas de conetividade são consideradas de boa qualidade, o que abrem portas à expansão do 5G.
Mas se há um indicador que coloca Portugal prestes a juntar-se aos líderes da União Europeia é a transformação digital da Administração Pública. A digitalização sustentada dos serviços públicos, um quadro jurídico e regulamentar abrangente estabeleceu as bases para a simplificação administrativa e a sua digitalização, assegurando a proteção de dados, cibersegurança e participação do público. A redução da burocracia e a estratégia digital nos serviços críticos de saúde e justiça também foram apontados.
O IDES refere, por outro lado, que a dependência excessiva de uma Administração Pública em linha avançada poderá deixar para trás muitas pessoas, devido ao défice de competências digitais do país. A Rede de Espaços Cidadão pretende dar resposta a este ponto, em que os funcionários mostram às pessoas como aceder e utilizar os serviços digitais das diferentes instituições públicas. O uso de uma abordagem omnicanal também faz parte da estratégia portuguesa.
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