Em 2017 a Asus foi, pelo sexto ano consecutivo, a marca que mais vendeu PCs em Portugal, fechando o ano com um crescimento de dois dígitos em termos de faturação, para o que contribuíram os resultados da área de negócios de smartphones. Com 10 anos de presença direta em Portugal a marca tem alargado progressivamente o seu portfólio e a tendência segue em linha com a estratégia internacional, focada em inteligência artificial, internet das coisas e robótica, como explica André Gonçalves, relações públicas da ASUS Portugal, em entrevista ao SAPO TEK.
SAPO TEK: 10 anos são muito tempo em tecnologia. O que mudou (em Portugal) desde que a Asus entrou no mercado português?
André Gonçalves: Os últimos 10 anos em Portugal foram marcados pela rápida adoção de novas tecnologias de informação especialmente na vertente de mobilidade pela vasta maioria dos portugueses. A abertura do escritório em Portugal foi coincidente com o lançamento do nosso primeiro EeePc, um portátil simples, pequeno e económico que abriu as portas a muitos portugueses que até aí não tinham uma forma simples de aceder à Internet, especialmente numa plataforma portátil. Com este novo paradigma de utilização abriram-se novas oportunidades para linhas de produto como: redes sem fios, media centers, dispositivos e periféricos pensados para jogos. Com isso em mente, na última década, a ASUS liderou a capacidade de responder às emergentes necessidades tecnológicas dos portugueses, de uma forma assertiva em termos de características, chave e preço.
SAPO TEK: A Asus tem conseguido “segurar” uma liderança no mercado de computadores pessoais há 6 anos. Qual é a receita de sucesso?
André Gonçalves: Grande parte do sucesso dos bons resultados conseguidos pela ASUS em Portugal deve-se a uma equipa formada e gerida inteiramente por portugueses que é capaz de: perceber necessidades, antever tendências e responder mais eficientemente ao mercado nacional. Para além disso temos uma capacidade única de adaptar os nossos produtos e configurações à medida do mercado. Essa capacidade advém também da nossa equipa de investigação e desenvolvimento formada por mais de 5.000 elementos de várias nações, que já têm essa capacidade em mente no momento de desenvolver os nossos produtos. Esta conjugação permite-nos responder de uma forma mais eficiente, efetiva e atempada ao mercado nacional.
SAPO TEK: O mercado português tem certamente algumas especificidades face a outros mercados europeus e internacionais. O que distingue o consumidor português?
André Gonçalves: Uma grande apetência para adotar novas tecnologias, assim que as mesmas são disponibilizadas no mercado, um nível de exigência e conhecimento das mesmas acima da média e uma necessidade de ver os seus problemas resolvidos rapidamente são as linhas médias que traçam o típico consumidor português e o distingue de outros mesmo dentro do território europeu.
SAPO TEK: O mercado de PCs tem visto as margens serem esmagadas nos últimos anos. Como podem as empresas combater este fenómeno?
André Gonçalves: A oferta de soluções e serviços diferenciados que trazem vantagens reconhecidas para os seus utilizadores são o segredo da ASUS para evitar os confrontos de preço que levam a menores margens de mercado. Procuramos oferecer experiências incríveis de utilização a todos os que optam pelos nossos produtos e ao mesmo tempo incutimos este espírito em toda a cadeia de parceiros com os quais trabalhamos de forma a entregar sempre mais do que um produto agarrado a um preço.
SAPO TEK: Qual é o “computador típico” que é campeão de vendas em portugal em termos de características e preços?
André Gonçalves: Há vários anos que não temos um “computador típico” que é a escolha válida para todos. Moldamos o nosso portfolio para servir soluções tão distintas que tornam impossível definir um único “campeão”. Olhando puramente para as necessidades de ultra portabilidade, o Zenbook S é o campeão. Mas se a essa portabilidade juntarmos necessidade de trabalho criativo então passamos a ter o Zenbook Pro 15 como a nossa estrela. Já o ROG Strix Scar II é o eleito pelos fãs de eSports mais exigentes. Mas gostamos de deixar também a possibilidade aos utilizadores mais avançados de construírem o seu próprio computador com base nas nossas motherboards, placas gráficas, sistemas de alimentação e refrigeração.
SAPO TEK: Pelo que sei não há na Asus uma distinção clara entre mercado de consumo e B2B. Vão manter esta “sincronização”? Faz sentido?
André Gonçalves: A ASUS nasceu dos produtos de consumo e foca neles grande parte do seu portfólio. Com conceitos empresarias como o “bring your own device” e os requisitos de uma máquina profissional a esbaterem-se cada vez mais em relação aos produtos de consumo, vemos já muitas empresas em Portugal a adotarem os nossos produtos (tradicionalmente de consumo) nas suas frotas de equipamentos empresarias. Especialmente devido ao reconhecimento de qualidade e fiabilidade que conseguimos transmitir ao público. Por outro lado, temos linhas como a série ASUSPRO e um line-up completo de servidores que permitem atender aquelas que são as necessidades das empresas maiores. Mas é através de uma rede bem estabelecida de parceiros em Portugal conseguirmos entregar mais valor, flexibilidade e velocidade de resposta à nossa oferta no mercado B2B.
SAPO TEK: A Asus é muito mais do que PCs, e é também cada vez mais smartphones. Como está a empresa a afirmar-se neste mercado em Portugal? Vai manter-se no mercado livre ou a abordagem através de operadores está a ser considerada?
André Gonçalves: A nossa linha de smartphones é uma das quais temos anualmente um especial enfoque. Se por um lado, chegamos relativamente mais tarde a este mercado, por outro somos também uma das únicas marcas tradicionais de IT que conseguiu entrar com sucesso neste mercado. Para o fazer apostamos em produtos diferenciados que oferecem características de desempenho que se destacam neste mercado. Esta aposta de fazer mais, melhor e com um preço muito competitivo, foi alavancada pelo reconhecimento de marca que já tínhamos em Portugal, tornando a integração desta nova linha de produtos no mercado português um sucesso. Para a sua comercialização em Portugal optamos pela mesma abordagem das restantes linhas de produto no entanto não descoramos quaisquer outras oportunidades de abordagem de mercado.
SAPO TEK: Sei que é difícil fazer previsões a longo prazo, mas se tivesse que arriscar nos próximos 5 a 10 anos quais seriam as tendências que avançava para a área dos computadores pessoais e smartphones?
André Gonçalves: Na sua procura por um futuro incrível, a ASUS identificou três grandes pilares de desenvolvimento: inteligência artificial, a internet das coisas e a robótica. Esses pilares já estão refletidos em alguns dos nossos protótipos como o Zenbo e até mesmo em produtos como o ZenFone 5. Estas tendências marcarão seguramente os nossos produtos nos próximos anos. O facto de termos um portfolio tão completo nesta área permite-nos também idealizar conceitos que aproximam diferentes vertentes da tecnologia como é o caso da nossa XG Station Pro, um periférico que quando ligado a um computador portátil lhe permite acrescentar as funcionalidades de uma placa gráfica de alto desempenho, que normalmente estaria restrita a ser utilizada em computadores de grandes dimensões. Esta conjugação de imaginação e visão estratégica permite assegurar um lugar para a ASUS na vanguarda das novas tecnologias.
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