O conselho de administração da PeopleSoft recusou por unanimidade a mais recente oferta hostil de compra da Oracle e recomendou aos accionistas que não vendam os seus títulos, considerando que o montante oferecido é inadequado e não reflecte o real valor da empresa.



Apresentada no passado dia 1, a última oferta da Oracle à PeopleSoft elevava para 24 dólares o preço por acção, num crescimento de 14 por cento face à proposta anterior. A Oracle disse na altura que esta seria a melhor e derradeira oferta a apresentar.



George Battle, responsável pelo Comité de Transacção da PeopleSoft, explica em comunicado que a Oracle já foi informada da decisão e assegura que o Conselho de Administração continua disponível para discutir uma oferta de compra "a um preço apropriado, o que os 24 dólares (por titulo) não são".



Battle afirma que a empresa que representa tem agora mais valor do que em Fevereiro último, quando a Oracle se oferecia para pagar 26 dólares por acção.



Ao considerar a actual proposta inadequada, o conselho de administração da PeopleSoft teve em conta os "sólidos" resultados da empresa no terceiro trimestre, que cresceram 12 por cento face a 2003 e alcançaram os 538,6 milhões de euros. Foram igualmente consideradas as previsões favoráveis de resultados para todo o exercício fiscal de 2004 e 2005, entre outros factores, informa-se.



Entretanto, a Oracle já reagiu à resposta da PeopleSoft, afirmando que não pretende alterar a sua última oferta de aquisição. Adiantou igualmente que retirará a proposta se o conjunto as acções colocadas à sua disposição não atingir a maioria no prazo que estipulou para a nova tentativa de compra, a meia noite do próximo dia 19 de Novembro.



Larry Ellison, director do executivo da Oracle, afirma num comunicado que, depois de um ano e meio de tentativas sem resultado "é altura de pôr fim a este assunto", garantindo que a decisão dos accionistas da PeopleSoft será respeitada ao concluir-se o prazo fixado. "Há melhores usos do nosso capital, incluindo outras aquisições e a recompra das nossas próprias acções", acrescenta Larry Ellison.



A Oracle havia recebido recentemente a aprovação da Comissão Europeia ao negócio com a PeopleSoft, ficando assim ultrapassada a última barreira regulatória à operação, que já havia recebido "luz verde" das entidades reguladoras dos Estados Unidos.



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