Os resultados financeiros com que duas das big tech do momento fecharam o ano já são conhecidos e têm pontos em comum. Ambas superaram as previsões dos analistas. Ambas estão também a tirar dividendos dos investimentos que têm vindo a fazer em inteligência artificial e da forma como têm refletido esses investimentos em serviços inovadores para empresas, nas respetivas plataformas de cloud.

A dona da Google, a Alphabet, fechou o ano de 2023 com lucros de 20,69 mil milhões de dólares no trimestre entre outubro e dezembro, mais 52% que no ano anterior. As receitas avançaram 13% para 86,31 mil milhões de dólares, ficando, tal como o lucro, acima das previsões dos analistas.

Por áreas, a unidade de Cloud da Google faturou 9,19 mil milhões de dólares e acabou por ser a estrela do trimestre. Do lado oposto, ficou a tradicional galinha de ovos de ouro da Alphabet, a publicidade, com receitas de 65,52 mil milhões, abaixo das previsões do mercado. Outro motor tradicional de crescimento do grupo é o YouTube, que gerou nestes últimos três meses do ano receitas de 9,2 mil milhões de dólares, quase tanto como o negócio de cloud, note-se.

No total do ano, a dona da Google viu as receitas aumentaram (9%) para 307,4 mil milhões de dólares em 2023, enquanto os lucros cresceram 27% para 73,2 mil milhões.

A Microsoft finalizou o ano com receitas de 62,02 mil milhões de dólares, no trimestre entre outubro e dezembro, que traduziram um crescimento de 17,6% face ao período homólogo e deram à empresa o seu quinto trimestre consecutivo de crescimento neste indicador. Os lucros ascenderam aos 21,87 mil milhões de dólares naquele que foi o segundo trimestre fiscal de 2024 para a companhia, mais 20% que em igual período do ano anterior.

Também no universo da Microsoft, os serviços de cloud foram uma das grandes estrelas do trimestre, com receitas de 25,88 mil milhões de dólares, mais 20% que no trimestre comparativo e a representar já mais de um terço da faturação do grupo no período. Só as vendas de serviços Azure cresceram 30% nos últimos três meses do ano. A Microsoft revelou também que 6% das receitas Azure estão já associadas à inteligência artificial.

Os novos serviços baseados em inteligência artificial e a renovação de serviços já existentes com estas funcionalidades, graças à parceria com a OpenAI, têm sido um vetor importante de crescimento da Microsoft, sobretudo nesta área da cloud e numa altura em que a capitalização bolsista da tecnológica não tem parado de crescer.

A Microsoft passou recentemente para o clube das empresas com uma valorização superior ao bilião de dólares, trilião na contagem americana, e a expectativa de que a empresa continue a crescer em ritmo acelerado graças à estratégia que tem seguido nesta área da IA é uma das principais razões para a ascensão.