(Actualizada) A ANETIE (Associação Nacional das Empresas das Tecnologias de Informação e Electrónica), com a colaboração da UMIC está a preparar um catálogo de soluções que pretende distribuir junto dos decisores da Administração Pública. A iniciativa, sugerida pela Unidade Missão, pretende contribuir para aumentar o peso das tecnológicas nacionais no mercado da Administração Pública, uma tarefa que se tem revelado difícil tendo em conta que a Central de Compras do Estado está bloqueada à entrada de novos fornecedores desde 2001, justifica a associação.



Rui Melo, presidente da ANETIE, explicou ao TeK que muitos decisores da AP acabam por recorrer à Central de Compras para adquirir soluções, por forma a evitar todo o processo burocrático a que está sujeita uma aquisição fora deste circuito considerando, por outro lado, que muitas das soluções que ali constam estão desactualizadas.



A iniciativa do Catálogo pretende contornar esta situação mostrando aos decisores da AP que existem outras alternativas, aproveitando o apoio da UMIC, enquanto entidade coordenadora de vários projectos públicos na área das tecnologias de informação.



Do catálogo vão constar as empresas associadas da ANETIE que responderem favoravelmente à proposta da associação. O processo de adesão está ainda em aberto, embora os timings de preparação do catálogo, previstos pela ANETIE, apontem para meados de Julho, como data de conclusão do mesmo.



Em negociações está ainda o modelo de apoio da UMIC à iniciativa e as formas de divulgação do catálogo, que deverá chegar aos cerca de mil decisores da Administração Pública através de correio, explicou a TeK tiago Valente, responsável de comunicação da associação.



Embora o prazo de adesão à iniciativa não tenha terminado a ANETIE avança com a expectativa de reunir entre 20 a 40 empresas no catálogo, entidades que serão responsáveis pelo seu financiamento.



A ANETIE tem-se batido pela alteração das regras de acesso à Central de Compras do Estado, numa luta que partilha com fabricantes de PCs, através da APFEI - Associação Portuguesa de Fabricantes de Equipamentos Informáticos. Esta associação planeia mesmo recorrer aos tribunais para tentar desbloquear a processo de admissão de novos fornecedores à Central de Compras do Estado, que na opinião do seu presidente, Maia Nogueira, está "caduca e ilegal". A associação tem em curso vários pedidos de audiência com diversos ministérios numa tentativa de sensibilizar os diversos responsáveis para a questão, até à data sem resultados.



Luís Pinto da APFEI considera que a iniciativa posta em marcha pela ANETIE pode dar alguns resultados, já que o processo de compras electrónicas - que a partir do próximo ano deverá centralizar as compras do Estado - admite a participação de empresas que não integrem a Central de Compras, embora considere que os custos inerentes a esta tentativa de aumentar participação na AP sejam elevados.



"As empresas que constem deste catálogo terão de proceder com regularidade à actualização do mesmo e sujeitar-se ao processo de aquisição imposto pelo Estado", considera.



No que respeita à ANETIE, ainda na passada semana a associação emitiu um comunicado criticando as regras dos concursos públicos que em seu entender excluem a maior parte das TIs nacionais, quer por estas estarem fora da Central, quer pela introdução de cláusulas de performance financeira impossíveis de cumprir para uma PME (ver notícias relacionadas).



A ANETIE representa 114 empresas que geram um valor de vendas superior a 1,5 mil milhões de euros e dão emprego a 8 mil profissionais qualificados.



Nota de Redacção: A notícia foi actualizada com declarações da APFEI.



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