A Administração Pública deverá criar um Corporate Board composto por elementos internos e externos que assegurem o alinhamento entre os processos - que concretizam os produtos e serviços prestados ao cidadão - e os Sistemas de Informação que suportam esses processos, conclui um estudo conduzido por José Tribolet.



O documento realizado para a APDSI - Associação Portuguesa para a Promoção da Sociedade da Informação defende a existência de um staff técnico "entendido como um todo e não como a soma de vários ministérios", que actue de forma transversal e que garanta a coordenação entre toda arquitectura organizacional da AP (processos, entidades informacionais, serviços e tecnologia e aplicações), por forma a garantir o sucesso dos esforços de modernização.



Na apresentação do documento, durante um evento que contou com a presença do Presidente da República Jorge Sampaio, José Tribolet referiu que muitas das tentativas de modernização da Administração Pública falham pois não têm em conta "todas as peças da arquitectura organizacional que devem funcionar de forma coordenada".



Para ultrapassar estas falhas o documento considera essencial que todos os processos da Administração Pública sejam concebidos, reportados, controlados e avaliados sob a forma de programas de médio e longo prazo e que sejam detalhados publicamente, para que qualquer cidadão possa conhecer as suas mecânicas de funcionamento.



Da mesma forma, cada organismo público deverá detalhar publicamente as suas competências e missão pois só dessa forma será possível proceder a "análises rigorosas" sobre as suas funções e perceber se existem duplicações ou falhas.



O documento defende ainda um aumento da transparência dos mecanismos de funcionamento da Administração Pública através da realização de auditorias independentes que analisem a conformidade dos processos da Administração Pública com a sua arquitectura organizacional.



José Tribolet considerou mesmo que se o caminho escolhido pelo Governo passar pela realização de auditorias a ministérios - conforme foi anunciado recentemente para dois ministérios - estar-se-á a prolongar a lógica de quintas isoladas.



À margem da apresentação do estudo, Jorge Sampaio admitiu que "há um longo caminho a percorrer", no que respeita à modernização da máquina do Estado e que o poder político deve actuar no sentido de pôr a AP a trabalhar para o cidadão. O presidente lembrou no entanto que não se pode criticar constantemente a máquina do Estado.



O estudo conduzido pelo professor do Instituto Superior Técnico intitula-se Engenharia Organizacional na Administração Pública e alinha um conjunto de recomendações práticas em oito conclusões.



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