Já são conhecidos os três finalistas do prémio de inovação IN3+, uma iniciativa da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (INCM) que atribuiu um prémio de um milhão de euros às três soluções inovadoras, nas áreas da inteligência artificial, nanotecnologia e comunicação digital. Esta terceira edição distinguiu como projetos finalistas a AICeBlock, da associação Fraunhofer Portugal, HIGHLIGHT, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (UNL), e IDINA, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores - Tecnologia e Ciência (Inesc-Tec).

O grande vencedor foi o projeto IDINA (Identidade Digital Inclusiva Não Autoritativa). O IDINA é uma ferramenta que poderá ter grande utilidade em a zonas remotas de alguns países, que não têm as infraestruturas que permitam essa creditação dos seus cidadãos dando a autoridade necessária a instituições credíveis, como escolas, instituições de saúde, autoridades locais, etc., atestar o nascimento e a vivência de cidadãos a partir de eventos como a vacinação ou ingresso no ensino. Em alguns países, esta plataforma poderá, posteriormente, integrar ou até assumir o papel de registo Autoritativo, cumprindo uma premissa das Nações Unidas: todo o cidadão possuir um cartão de identificação válido.

O primeiro-ministro António Costa, presente no evento, deixou os parabéns Imprensa Nacional-Casa da Moeda pela iniciativa da inovação, lembrando os tempos antigos em que a instituição era "contra a inovação", dando o exemplo dos bloqueios anteriores às versões digitais do Diário da República. "Na inovação está o nosso futuro, sobretudo no pós-crise", salienta António Costa. Os recursos humanos qualificados foram destacados, reforçando a necessidade da formação dos jovens, sobretudo na área da matemática. Vai ter mil milhões de euros para investir entre a academia e as empresas, para que se possam integrar os jovens formados.

O primeiro-ministro realça a utilidade prática dos projetos distinguidos pelos prémios IN3+, como o exemplo das soluções de celulose da Professora Elvira Fortunato, Vencedora Da Primeira Edição Do Prémio. Reforça que os prémios não devem ser entregues a pessoas ou empresas, mas sim a colaborações e consórcios, à união de todas as frentes nos projetos, porque só assim se consegue transformar o conhecimento em produtos que chegam mesmo ao mercado. "Um milhão de euros é muito dinheiro, mas mais que ter dezenas de projetos, ter 3, 4 ou 5 projetos que possam ser consolidados é importante, para que tenham o melhor futuro", reforça o primeiro ministro. Diz ainda que existem projetos que estão prontos, mas que necessitam de um parceiro que o transforme em produtos. Elogia ainda a Imprensa Nacional-Casa da Moeda pelas suas patentes, pelos seus produtos exportadores, mencionando que afinal, "é possível inovar".

A Professora Maria Manuel Leitão Marques, líder do júri dos prémios IN3+ salienta a quantidade-recorde de candidaturas, mesmo em ano de isolamento devido a pandemia de COVID-19. Espera que os resultados das ideias apresentadas se transforem rapidamente nos produtos e serviços. Também Mariya Gabriel, Comissária Europeia pela Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude deixou uma mensagem especial a felicitar a iniciativa e os participantes no desafio. A professora Elvira Fortunato deixou o seu testemunho da sua tecnologia em torno do "papel secreto", no seu contributo depois de vencer a primeira edição. O professor José Barata, vencedor da segunda edição, referiu que o prémio foi importante para estimular as ideias dos investigadores, ajudando a prestigiar o projeto.

Os outros dois projetos finalistas:

Para além do principal vencedor, o segundo lugar coube ao projeto AICeBlock, que propõe o desenvolvimento de uma plataforma, sustentada em blockchain, que permite fomentar a confiança em aplicações de base em Inteligência Artificial através da sua certificação. Com esta solução será possível interpretar, rastear e auditar as previsões dos modelos “inteligentes” usados em áreas como a condução autónoma ou diagnóstico por computador.

O terceiro lugar coube ao projeto HIGHLIGHT, que foca-se na nanotecnologia com o desenvolvimento de uma tinta que permite manipular a luz, dando a possibilidade única de variação ótica visível ou invisível ao olho humano. De acordo com os criadores, este produto poderá ser muito útil ao mercado de anti-contrafação, por exemplo, para aplicar em todo o tipo de documentos e selos de segurança.

Do prémio de um milhão de euros, o primeiro lugar recebeu 600 mil euros, o segundo 250 mil euros e o terceiro 150 mil euros. O prémio IN3+, que visa apoiar as novas ideias nacionais e internacionais, destina-se a investigadores, empreendedores, centros de investigação, universidades, empresas e startups que fazem parte da rede de inovação da INCM. Ao todo foram apresentadas 87 ideias de mais de 30 centros de investigação e universidades. Segundo a INCM houve um aumento de 163% de candidaturas face ao ano passado.

As equipas premiadas vão continuar a desenvolver os seus projetos em conjunto com a equipa da INCMLab, de forma a aplicar as suas soluções à escala real, sendo integrados na oferta de produtos e serviços a serem lançados ao público.

Na cerimónia de encerramento, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa salienta a importância o trabalho e da iniciativa da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, como um exemplo de como tem de ser Portugal no caminho da inovação. "Portugal já mudou na ciência, inovação, centros de excelência e a realidade do tecido económico e social português, como tal, só assim se conseguiu ter um prémio destes pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda." Refere ainda que o prémio serve para demonstrar a outros sectores que a inovação é essencial para colocar Portugal no mapa e se "corresponderem aquilo que o Estado está a fazer e esta instituição está a fazer. Se o mecenato for mais longe, se as fundações forem mais longe, em vez de definharem, progredirem", dando o exemplo de outras lideranças feitas através da inovação e conhecimento.

Nota de redação: O artigo foi atualizado com a informação do vencedor dos prémios e a intervenção do primeiro-ministro António Costa e o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa. Última atualização: 12h01.