Apresentada este sábado, a proposta de aquisição da maior operadora norte-americana de telecomunicações, a AT&T, sobre a dona dos canais CNN e HBO e da produtora de filmes e séries Warner Bros., a Time Warner, já despoletou múltiplas reações.

De acordo com a Reuters, a união destas duas grandes empresas pode estar na génese da consolidação da indústria dos media, numa altura em que as fornecedoras de serviços de TV estão a sofrer prejuízos com a mudança dos padrões de consumo de conteúdos televisivos: uma cada vez mais expressiva migração da TV para o smartphone e outros dispositivos móveis.

O analista Salvatore Muoio, citado pela agência noticiosa, está convicto de que esta indústria precisa de se consolidar para poder fazer frente aos novos players que estão a surgir, como a Netflix ou a Hulu, e a conquistar mais e mais terreno às empresas tradicionais.

Ao comprar a Time Warner, a AT&T consegue “deitar a mão” a um manancial de conteúdos televisivos e cinematográficos, fazendo dela um peso-pesado do setor multimédia. Com este portfólio de produtos, a AT&T vai poder criar uma oferta ubíqua e multidispositivo, conseguindo, desta forma, competir mais afincadamente.

Informações oficiosas avançadas pela Bloomberg na semana passada indicavam que a Google e a Apple estariam na corrida à compra da Time Warner, mas, segundo consta, a marca da maçã já não é um possível pretendente.

Este negócio é considerado por alguns como o maior do ano e já está sob o olhar atento e escrupuloso das entidades reguladoras.

Além disso, também vários membros dos dois grandes partidos políticos norte-americanos já se pronunciaram sobre esta possível fusão.

O republicano Donald Trump, segundo o seu conselheiro económico, não vê o negócio com bons olhos, visto que atribui demasiado poder a uma só entidade.

Apesar de a democrata Hillary Clinton ainda não ter comentado a transação, Bernie Sanders, o ex-rival da Secretária de Estado de Obama, disse que a junção da AT&T e da Time Warner é prejudicial para o consumidor, pois vai diminuir a possibilidade de escolha e aumentar os preços dos serviços.