A maior empresa de telecomunicações dos Estados Unidos, AT&T, decidiu vender a sua unidade de televisão por cabo à operadora Comcast por 47 mil milhões de dólares (10,5 mil milhões de contos ou 52,41 mil milhões de euros), após cinco meses de incertezas sobre quem seria o comprador. Segundo a agência de notícias Reuters, este operador vai assim passar a oferecer serviços por cabo a 22 milhões de subscritores, passando a ser a maior empresa fornecedora de serviços por cabo, deixando para a AT&T o mercado das chamadas de longa distância e operações com dados. Brian Roberts, presidente da Comcast, será o futuro director executivo da AT&T Comcast.



Para trás ficaram empresas como a Cox Communications e a AOL Time Warner. A Microsoft apoiou as propostas da Comcast e da Cox, mas fez também uma oferta individual para investir até 5 mil milhões de dólares (1,11 mil milhões de contos ou 5,57 mil milhões de euros) na AT&T Broadband, caso a AT&T a mantivesse independente, de acordo com informações da Reuters.



Segundo os termos do negócio, a Comcast vai assumir cerca de 20 mil milhões de dólares de dívida da AT&T (4,47 mil milhões de contos ou 22,30 mil milhões de euros). A Microsoft também concordou em converter 5 mil milhões de títulos de créditos da subsidiária em acções da nova empresa, AT&T Comcast, o que significa que o valor do negócio será de 72 mil milhões de dólares (16 mil milhões de contos ou 80,2 mil milhões de euros).



A Comcast já tinha feito uma oferta, por iniciativa própria, em Julho passado – mediante a qual ficaria com menos acções, mas mais poder de voto –, que acabou por ser recusada na altura. Esta nova proposta vem reduzir o montante em dívida da AT&T – que era de 38,5 mil milhões de dólares em Setembro (8,6 mil milhões de contos ou cerca de 43 mil milhões de euros) – em mais de metade. Os accionistas da AT&T vão deter uma cota de 56 por cento, e 66 por cento em interesse de voto na nova empresa, enquanto que a Comcast terá controlo sobre um terço dos votos.



Na opinião do analista Ken McGee, do Gartner Group, esta foi a melhor forma que a AT&T poderia ter encontrado para "sair deste capítulo das telecomunicações e entrar na nova geração" deste sector.



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