Zeinal Bava considerou hoje "uma traição" o que a Telefónica fez à Portugal Telecom. Enquanto falava num evento organizado pelo Jornal de Negócios, o CEO da PT defendeu que as duas empresas poderiam juntas "ter procurado outras alternativas e mecanismos" e afirmou, mais uma vez, que a oferta do incumbente espanhol não tem em conta o valor real da Vivo, que as duas incumbentes controlam em partes iguais e que a Telefónica quer passar a controlar na totalidade.



O responsável assegura estar confiante de que os accionistas da PT irão recusar a proposta da Telefónica, quando no próximo dia 30 de Junho forem chamados a votar na Assembleia-geral, agendada para "ouvir" os accionistas sobre o assunto.



"Tenho segurança que os accionistas vão apoiar a PT", diz Bava, que se mostra confiante de que não será "na secretaria que o tema fica decisivo", comentando a venda ontem anunciada da posição da Telefónica na PT, como relata o canal online do Jornal de Negócios.



A administração da PT está tão convencida do resultado da votação que Bava assegura não ter "planos B para nada, nem para plano de negócios na PT", reagindo a uma questão sobre a sua manutenção na liderança do grupo, caso a proposta da Telefónica seja aceite pelos accionistas.



"A minha equipa depende da entrega dos resultados que fazemos aos accionistas, e estes têm sempre a última palavra. A decisão é deles", defende, lembrando que faz parte do plano estratégico do grupo crescer para os 100 milhões de clientes já em 2011, um objectivo que pressupõe a manutenção do Brasil. .



Bava também assegura que a decisão tomada pela administração da empresa, após a OPA da Sonaecom no sentido de manter a posição na Vivo e separar a PT Multimédia "foi das melhores decisões", embora não fosse a mais fácil.



A "opção mais fácil era ficar com a PTM", já que vendê-la obrigou a empresa a reforçar investimentos internos, justificou o responsável. Um novo cenário de consolidação com a Sonaecom também foi afastado, até porque Zeinal Bava não acredita que as autoridades da concorrência o permitissem.