Os ETFs (Exchange Traded Funds, ou Fundos Negociados em Bolsa, em português) com exposição direta à Bitcoin já foram aprovados nos Estados Unidos, uma muito aguardada decisão da Securities and Exchange Commission (SEC) que poderá abrir o mercado da criptomoeda a muitos mais investidores.

A decisão surge depois da conta do regulador na rede social X ter sido comprometida, num incidente onde hackers fizeram um anúncio falso sobre a aprovação deste tipo de ETFs.

Ao todo, a entidade reguladora aprovou 11 pedidos, feitos por gestoras de ativos como BlackRock, Ark Investments/21Shares, Fidelity, Invesco, ou VanEck, avança a Reuters. Os fundos aprovados começam a ser negociados esta quinta-feira, dia 11 de janeiro.

Em comunicado oficial, Gary Gensler, presidente da SEC, afirma que embora tenha sido aprovado um conjunto de pedidos para ETFs com exposição direta à Bitcoin, a sua posição em relação à criptomoeda mantém-se. “Os investidores devem ser cautelosos e ter em conta a miríade de riscos associados à Bitcoin e a produtos cujo valor está ligado a criptoativos”, realça o responsável.

Recorde-se que, para a SEC, o argumento de que o mercado das criptomoedas é vulnerável a manipulações justificou a anterior rejeição de múltiplos pedidos para a aprovação de um ETF com exposição direta à Bitcoin.

No entanto, no ano passado, a entidade reguladora viu-se forçada a rever os pedidos à luz de uma decisão da Justiça norte-americana, após ter perdido uma batalha legal com a gestora de investimentos cripto Grayscale Investments.

Os Estados Unidos juntam-se agora a um conjunto de países, como Canadá, Alemanha, Brasil ou Austrália, mas também regiões conhecidas como "paraísos fisciais", à semelhança de Jersey, Suíça, Liechtenstein e Guernsey, que já aprovaram ETFs com exposição direta à Bitcoin.

Segundo dados avançados por um recente relatório da CoinGecko, o Canadá é o país com mais ETFs deste tipo, perfazendo 2,79 milhões de dólares em ativos.

ETFs com exposição direta à bitcoin pelo mundo
créditos: CoinGecko

Como explicou Nuno Lima da Luz, presidente da Associação Portuguesa de Blockchain e Criptomoedas (APBC), "um ETF com exposição direta a Bitcoin é um tipo de ETF que investe diretamente em Bitcoin”. Em vez de comprar ações ou matérias primas, “o fundo compra Bitcoin e procede à sua custódia, diretamente ou através de um custodiante habilitado para tal”.

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Tal significa que “o desempenho do ETF está diretamente ligado ao preço da Bitcoin”, realça o presidente da APBC. “Os investidores, portanto, têm uma exposição mais direta à performance do Bitcoin, sem a necessidade de comprar e guardar esse ativo a título pessoal”.

Para o ajudar a compreender o que significa esta decisão da SEC e qual é o seu impacto, o SAPO TEK falou com especialistas da área e reuniu 6 perguntas e respostas essenciais, que pode consultar neste artigo.