Depois de muitos meses de incerteza, de uma espécie de relançamento e de uma nova estratégia para recuperar o terreno perdido nos smartphones, a BlackBerry, que já foi RIM, voltou a parar para pensar no futuro.



A empresa anunciou hoje que vai criar uma comissão para estudar alternativas para o futuro da companhia e estão em cima da mesa todas as opções: desde parcerias, à venda da empresa.



"Dada a importância e valor da nossa tecnologia, a envolvente da indústria e o cenário concorrencial, acreditamos que é a altura certa para explorar estratégias alternativas", detalha-se na declaração publicada pela companhia esta manhã.



A BlackBerry está há mais de um ano numa trajetória descendente, sem conseguir reagir à concorrência de marcas como a Apple ou a Samsung, que dominam o mercado de smartphones com as plataformas de software iOS e Android.



A empresa canadiana esteve vários meses sem lançar novos produtos e atrasou sucessivamente o lançamento de uma versão mais moderna do sistema operativo. Fê-lo no início deste ano, já no rescaldo de um processo de reestruturação onde era dada como certa a possibilidade de venda, uma informação que a fabricante nunca confirmou.



Os novos modelos de smartphones foram bem recebidos pelo mercado, mas não o suficiente para garantir uma recuperação clara. Números publicados pela IDC na semana passada revelam que a BlackBerry controla apenas 2,9% do mercado, menos que a Nokia com o Windows Phone.



Nos últimos cinco anos as ações da empresa que já liderou as vendas de smartphons caíram 92%. Na última sexta-feira valiam 9,76 dólares. Cada ação da Apple vale cerca de 466 dólares. Uma ação da Samsung vale mais de mil dólares.



Os rumores de uma nova reestruturação já circulavam na imprensa, como o TeK deu nota ainda no final da semana passada. A Reuters garantia nessa altura que a BlackBerry poderia mesmo sair da bolsa enquanto procurava uma solução, para não penalizar tanto a companhia.

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