Miguel Veiga Martins é o homem forte da NOWO. Nomeado no passado mês de maio enquanto CEO da desde ontem antiga, Cabovisão, o engenheiro, que já passou pelas concorrentes NOS e Vodafone, traça um futuro realista para a operadora que promete reformular a forma como se vendem serviços de telecomunicações em Portugal.

"O mercado português das telecomunicações é extremamente competitivo e de elevadísssima qualidade. Houve um trabalho excelente por parte das operadoras em potenciar as telecomunicações em Portugal a nível da qualidade e da inovação e isso são características que se pagam. No entanto, acho que o modelo de negócio que se pratica está saturado" considerou Miguel Veiga Martins em declarações à imprensa durante a apresentação da Nowo. "Isto é cíclico e o tempo deste modelo já passou. As receitas aumentaram durante este tempo mas agora é preciso transformar o mercado porque este já atingiu um grande nível de maturidade e é necessário implementar um novo modelo de negócio", acrescentou.

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E é precisamente para o início de um novo ciclo que segue a aposta da operadora. Com pacotes personalizáveis, extras removíveis e fidelizações de zero meses, a Nowo não pretende expandir-se muito para além daquilo que é o seu core.

Atualmente, com pouco mais de 5% de quota no mercado global das telecomunicações, a empresa pretende atingir a marca dos 10% no espaço de dois anos, apostando principalmente nas mais de 900.000 casas cabladas que já tem pelo país. Deste universo, o CEO revela que a Cabovisão conseguiu conquistar cerca de 220 mil clientes e planeia chegar aos 400/500 mil até meados de 2018.

Em contraste, os planos para expandir a cobertura não são prioridade. Miguel Veiga Martins assume que pode haver algum investimento (30 milhões de euros a dois ou três anos) perto das capitais de distrito e em zonas adjacentes àquelas onde a marca já marca presença, mas haverá sempre uma abordagem ponderada e doseada à medida que o sucesso for acontecendo.

Do bolo total das receitas que o setor das telecomunicações gera anualmente, a Nowo quer levar 10% nos próximos dois anos com a sua abordagem low cost, uma expressão que não agrada ao responsável da empresa mas que caracteriza as companhias aéreas em que a mesma se inspirou para se remodelar. Financeiramente, esta estratégia também se explica com uma redução de custos que conhece paralelo em empresas como a EasyJet. "Estas empresas revolucionaram o mercado da aviação" muito por culpa dos preços reduzidos que levaram ao mercado, valores possíveis graças à supressão "de extras desnecessários e optimização dos custos". Na operadora, um dos cortes já feitos é na equipa de vendas porta-a-porta que deverá dar lugar a uma interacção com o cliente maioritariamente focada no digital.

"Queremos romper com o status quo", disse Miguel Veiga Martins.

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