A Uber não parece estar a saber lidar da melhor maneira com a presidência de Donald Trump. Depois de ter sido criticada por aproveitar um protesto de taxistas contra uma ordem executiva do chefe de estado norte-americano, para lucrar com o seu serviço de transporte, o CEO Travis Kalanick afasta-se agora do grupo de empresários conselheiros reunido pelo presidente.
Debaixo de fogo desde o minuto em que aceitou trabalhar com o republicano, Kalanick utilizou as redes sociais no passado sábado para mostrar o seu desagrado com as políticas de restrição à imigração impostas pelo atual executivo e comprometeu-se a debater o assunto com Trump esta sexta-feira.
Segundo avança a Reuters, citando fontes ligadas ao processo, o empresário não deverá, no entanto, ter chegado a encontrar-se com o presidente. De acordo com a agência noticiosa, o CEO da Uber deixou o grupo de conselheiros depois de ponderar acerca da pressão de que estava a ser alvo por parte dos seus próprios clientes.
"Falei hoje brevemente com o Presidente acerca do seu decreto sobre imigração e os problemas para a nossa comunidade. Informei-o também que não posso participar no seu conselho económico", anunciou o responsável aos funcionários da sua empresa através de um comunicado interno a que a agência France Press teve acesso. O empresário disse ainda que integrar o grupo de conselheiros económicos de Trump não significava necessariamente "uma validação do Presidente ou da sua agenda, mas, infelizmente, foi mal interpretado".
Por outro lado, quem se encontra determinado a ficar é Elon Musk. Num tweet publicado esta madrugada, o CEO da Tesla e da SpaceX justificou a sua recusa em abandonar a posição concedida pelo presidente norte-americano com a necessidade maior de se comprometer com questões fraturantes, acrescentando que também ele está contra as últimas medidas tomadas pelo chefe maior dos Estados Unidos.
Regarding the meeting at the White House: pic.twitter.com/8b1XH4oW6h
— Elon Musk (@elonmusk) 3 de fevereiro de 2017
Recorde-se que Donald Trump suspendeu, por decreto, a entrada de cidadãos provenientes de sete países de maioria muçulmana e de todos os refugiados até os critérios que servem de base à concessão de vistos serem reformulados. Em resposta, várias tecnológicas mostraram já o seu desagrado.
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