Em conferência de imprensa, Zhongmin Guo, vice-presidente da área de serviços de rede, explicou esta manhã em Lisboa que a operadora britânica concluiu um reforço da rede, que permite agora ligar as três cidades ibéricas através de um anel fechado, de fibra de alto débito e baixa latência. É um investimento de longo prazo, que será reforçado nos próximos tempos, com equipamentos de rede e os desenvolvimentos necessários para levar a infraestrutura até à porta de cada novo cliente.



Zhongmin Guo disse na apresentação que a Colt vê duas grandes linhas de oportunidade no mercado português. Uma relacionada com as empresas que estão a escolher Portugal para fixar investimento, tirando partido dos custos de mão de obra mais baixos que noutros países europeus e da abundância de mão de obra qualificada. Outra área de oportunidade está relacionada com as empresas com planos para sair de Portugal e a necessidade de se ligarem a outros pontos na Europa e no mundo.



Os serviços da Colt são procurados sobretudo por empresas que precisam de ligar diferentes geografias. A partir de Portugal as ligações mais procuradas são para o resto da Europa, mas também para os Estados Unidos e Ásia.



Os clientes da empresa, a nível local e global, estão sobretudo nas áreas financeiras, media ou telecomunicações. Neste sector um dos vetores de crescimento tem sido o fornecimento de infraestruturas de comunicações para ligar as torres 4G à rede core dos operadores.



A Colt está em Portugal desde 2011. A infraestrutura da empresa já ligava Porto, Lisboa e Madrid. O novo investimento fez evoluir a ligação para um anel protegido com 1630 Km, com uma capacidade de rede até 1,6 Tbps que dá acesso a mais de 500 edificios e 11 centros de dados em Portugal. Permite serviços de alta velocidade até 100 Gbps, com uma latência de 3,7 milisegundos e vai permitir alargar a oferta atual e responder melhor às exigências dos clientes que gerem aplicações críticas de negócio em tempo real, acredita a empresa.



A Colt não revela o número de clientes no mercado português, adiantando apenas que o valor está na ordem das centenas. Os serviços prestados distribuem-se por serviços de TI, voz, dados e de data center. A equipa local conta com 35 pessoas e os objetivos de curto prazo são fazer crescer o negócio a "dois dígitos". As oportunidades de aquisição que possam surgir serão analisadas, garantiu Zhongmin Guo. Por exemplo, se a Altice quiser ou for obrigada a vender os ativos da Oni, por causa da compra da PT, o grupo britânico assegura que vai analisar o negócio.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico