Um grupo de empresas da área das telecomunicações e informática apresentou recentemente queixa contra a Microsoft junto da Comissão Europeia (CE) alegando que as aplicações da gigante do software atentam contra a livre concorrência no mercado tecnológico no seu todo.



A Computer and Communications Industry Association (CCIA), onde se incluem fabricantes e empresas como a Nokia, a Oracle, a Fujitsu ou a AOL Time Warner, apresentou um relatório de 260 páginas a Mario Monti, comissário europeu para a concorrência, afirmando que o Windows, sistema operativo instalado 90 por cento dos computadores em todo o mundo, dá vantagens competitivas ilegais à empresa que o fabrica.



Ao que tudo indica, o documento analisa as tácticas comerciais da Microsoft no seu conjunto no que denominam como um comportamento dedicado a manter o seu monopólio no sector tecnológico.



Esta denúncia, centrada na mais recente versão XP do Windows, reúne novas acusações sobre a ameaça que pressupõe o sistema operativo em mercados como o das telecomunicações móveis ou o da distribuição de música online. Assim, condena a multiplicidade de aplicações introduzidas no Windows XP como o Explorer, o Media Player, o Messenger ou o Outlook Express.



A proposta avançada pela associação é a separação do sistema de outras aplicações, uma opção negada pela empresa no decurso de idêntico caso nos Estados Unidos. A Microsoft alegou na altura que separar o Windows das outras aplicações atrasaria o desenvolvimento do sistema operativo dez anos e afectaria toda a indústria informática.



A Comissão Europeia irá avaliar a nova queixa separadamente da processo já existente, afirmou um porta-voz do executivo europeu citado pela Reuters, cuja decisão deverá ser conhecida até ao final de Março de 2003.



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