Ao longo deste ano as empresas de tecnologias devem concentrar-se na simplificação de interfaces dos produtos de electrónica de consumo. O conselho é da Deloitte Consulting e consta de um estudo onde a consultora aponta as principais tendências para 2007.



No documento, a Deloitte faz notar que cerca de metade dos produtos de electrónica de consumo devolvidos aos retalhistas não estão danificados, os utilizadores é que foram confundidos pela sua complexidade.



De acordo com os números apresentados no estudo, a tolerância dos consumidores é limitada a 20 minutos depois dos quais desistem de tentar interagir com o equipamento e o consideram avariado, recorrendo por isso às lojas de reparações.



Diminuir este tipo de situação passa por uma aposta na redução da complexidade dos equipamentos e por torná-los mais user friendly, até porque há um largo espectro de produtos de electrónica de consumo que tendem a ser cada vez mais usados no dia a dia.



Os produtos na área da imagem digital são disso exemplo e por isso a área merece também uma recomendação da Deloitte que aconselha uma maior aposta na robustez, qualidade e longevidade do armazenamento digital e uma descida sustentada de preços que garanta o sucesso desta área em forte crescimento.



É também do sucesso da imagem digital que surge, ou pelo menos se agrava, um dos problemas do sector das TI que tem a ver com a capacidade da tecnologia associada aos iões de lítio, usada para o fabrico de pilhas. Na opinião da consultora isto levará as empresas do sector a procurar soluções energéticas alternativas.



No campo da tecnologia destaque ainda para a cada vez mais urgente substituição dos sistemas de password, para os sistemas de segurança biométrica que usam as características físicas do individuo, ao invés de recorrer a sistemas exteriores que implicam a memorização de dados.



Segmentação de produtos é palavra de ordem nas telecomunicações



Nas telecomunicações o estudo aponta para a necessidade de uma segmentação crescente de produtos. A qualidade tende a ser cada vez mais valorizada pelo cliente que está disposto a pagar por isso, o que obrigará as empresas a focalizar melhor os seus produtos.



O tráfego de ficheiros será uma aposta cada vez mais firme dos operadores de telecomunicações, que segundo a Deloitte não deverão concentrar os seus esforços em opções que sobrecarreguem demasiado a rede. Até porque, mostra a experiência, que são aplicações simples como o SMS ou os toques que têm conquistado a simpatia dos utilizadores.



Ainda assim, os autores do estudo que será em aplicações de elevada capacidade que as apostas dos operadores se manterão como a IPTV ou os downloads de música e vídeos. Isto embora a Deloitte considere que vale a pena estar atento a oportunidades de negócio na área das kilobyte applications, como o email, ou o instant messaging.


Para a televisão móvel as previsões da Deloitte são optimistas mas a consultora defende que ao longo deste ano o seu impacto no mercado será ainda fraco.



Na voz fixa espera-se que a perda de clientes continue e aconselha-se aos operadores que encontrem "formas de fazer face à concorrência crescente das redes WiFi, rever os termos das licenças, tendo em conta a população e a cobertura territorial".



Ainda no que diz respeito à Internet, o estudo preconiza que este seja feito cada vez mais a partir de pequenos equipamentos como receptores portáteis de correio electrónico ou leitores de média portáteis.



O crescente acesso à banda larga, em todo o lado, é uma das principais tendências referidas pelo documento que alerta para a possibilidade do tráfego existente poder mesmo exceder a estrutura física da rede. "A capacidade disponível será ameaçada pelo número crescente de utilizadores da Internet e pelo aumento exponencial da transmissão de ficheiros de vídeo", alerta a consultora.



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