O permanente desenvolvimento tecnológico tem levado à mudança nos hábitos dos utilizadores e a Internet assume-se cada vez mais como um feroz concorrente aos media tradicionais. Um estudo publicado pela IBM mostra que o tempo pessoal dispendido a navegar na rede rivaliza com o tempo dedicado à televisão.



Ao analisar as respostas de 2,4 mil residentes nos Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Japão e Austrália a empresa constatou que 19 por cento dos utilizadores passam seis ou mais horas por dia online, ao passo que apenas nove por cento dos entrevistados admitem gastar o mesmo período de tempo em frente à televisão.



No entanto, 66 por cento das pessoas afirmou ver televisão durante uma a quatro horas por dia, ou seja, mais 6 por cento dos que referiram os mesmos índices de consumo pessoal da Internet.



Esta tendência tem levado as agências de meios e publicidade a migrar para novos canais de distribuição de informação e a Internet está claramente posicionada entre os privilegiados.



As mudanças comportamentais dos utilizadores estende-se ainda à forma como estes vêem televisão. A IBM verificou que nos Estados Unidos 24 por cento dos inquiridos possuem um vídeo na sua residência e visionam pelo menos 50 por cento da programação televisiva em gravação. Esta possibilidade levou a que 33 por cento dos entrevistados admitissem que assistem mais televisão agora do que quando não existia o vídeo.



A IBM observou as movimentações das empresas face a esta nova realidade e apurou que as agências de publicidade estão a posicionar-se "para além dos papéis criativos tradicionais, transformando-se em intermediárias da nova percepção dos consumidores", os fornecedores de serviços por cabo evoluem "para portais de comunicação social", enquanto que os editores caminham "para novos formatos de media".



A vontade de aceder aos conteúdos demonstrada pelos utilizadores leva a um novo posicionamento estratégico das empresas. Caso as tendências sejam ignoradas e não sejam criados conteúdos mais apelativos, as organizações correm o risco de ser ignoradas, perdendo-se no processo de desenvolvimento social actual.



Entre os dados recolhidos pela IBM apurou-se que o desejo de aceder a conteúdos, seja por cabo ou wireless, move a opinião de 81 por cento dos consumidores inquiridos. Esta amostra refere que tinha ou queria ver um ficheiro de vídeo no seu computador. Por outro lado, 42 por cento revelou que viu ou estava disposto a ver um ficheiro no mesmo formato a partir do seu equipamento móvel.



Da mesma forma, o aumento dos níveis de aceitação dos serviços de música digitais e de outras plataformas de entretenimento e informação também tem vindo a contribuir para o afastamento dos consumidores em relação aos media tradicionais.



Apesar de terem de ser tidos em conta os volumes dos diferentes mercados, e feita a análise proporcional aos mesmos, a verdade é que cada vez mais os consumidores procuram serviços cada vez mais personalizados e que os fornecedores de conteúdo devem proceder de forma idêntica à situação anteriormente referida.



Prova disso é que 23 por cento dos inquiridos afirma recorrer a um serviço portátil de música, 7 por cento confirma dispor de uma subscrição de conteúdo de vídeo para telemóveis, 11 por cento revelou dispor de um serviço de música para o seu PC e 18 por cento revelou possuir uma subscrição de um jornal online.



Bill Battino, Communications Sector managing partner da IBM Global Business Services, explica em comunicado que "dado o poder crescente dos indivíduos e das comunidades, os agentes ligados à indústria de comunicação e entretenimento terão que melhorar as suas estratégias de publicidade consentida pelos consumidores, assim como aperfeiçoar os estudos de análise".




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