Os dados constam no "Inquérito ao potencial científico e tecnológico nacional (IPCTN16)", publicado no portal da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência e divulgado pela Lusa, e revelam que pela primeira vez, desde 2010, ano em que a crise se instalou em Portugal, a despesa no sector em percentagem do PIB aumentou em 2016.
Em termos absolutos, contudo, a despesa global continuou no ano passado inferior à de 2010, ano em que totalizou 2.757,6 milhões de euros, apesar de ter vindo a crescer aos poucos, à boleia das instituições de ensino superior desde 2014 - ano em que ascendeu a 2.232,2 milhões de euros, coincidindo com o fim da crise económica e financeira no país.
Tal como em anos anteriores, em 2016 o grosso da execução da despesa em ciência e inovação voltou a estar concentrado nas empresas, onde totalizou 1.123,2 milhões de euros (mais 86,7 milhões face a 2015) e nas universidades e nos institutos politécnicos públicos, onde ascendeu a 1.059,3 milhões de euros (mais 41,7 milhões em relação a 2015).
A despesa efetuada pelos laboratórios do Estado recuou para valores registados em 2012 (5,4%).
Em 2016, o número de investigadores chegou aos 40.746, mais 2.074 comparativamente a 2015, mas menos 1.752 do que em 2012 e menos 3.310 do que em 2011.
Foi "claramente um ano de mudança, em que começou um novo ciclo de crescimento" no sector da investigação e inovação, referiu o ministro da Ciência, Tecnologia e do Ensino Superior, Manuel Heitor, face aos resultados de 2016.
"Mas é preciso continuar (...). Temos que começar a garantir, de forma sistemática, um aumento da despesa pública [das instituições de ensino superior] a ritmos consideráveis", sustentou, reiterando que, sem o aumento na despesa pública, não é possível estimular o crescimento da despesa privada (das empresas).
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