Aconteceu ontem de manhã a reunião que deveria decidir o veredicto da Portugal Telecom relativamente à proposta da Telefónica para a compra da posição da empresa portuguesa na Vivo. O encontro chegou no entanto ao fim sem uma decisão e transitou para hoje, data limite de vigência da proposta espanhola, que prevê o pagamento de 7,15 mil milhões de euros pela posição portuguesa na operadora brasileira.



De acordo com a informação avançada pelo Diário Económico, que cita fontes próximas ao processo, não é provável que a administração da PT aprove a venda da Vivo contra a vontade do Estado e na reunião de ontem, o reafirmar da oposição da Caixa Geral de Depósitos ao negócio, terá deixado claro que o Estado mantém o veto.



A mesma fonte adianta que, por isso mesmo, a reunião de ontem do conselho de administração da Portugal Telecom foi tensa e ficou marcada por posições divergentes dos diversos membros.



Uma nova reunião do conselho de administração da PT está marcada para hoje às 17 horas e se algumas informações dão como provável a impossibilidade de um acordo, outras sugerem um acordo iminente que satisfaça os diversos interesses em jogo. No caso do Estado o principal interesse passará pela garantia de que a PT não sai do Brasil. Assim, e como tem sido referido nos últimos dias, o acordo pode passar pela venda de apenas parte da posição portuguesa na operadora, ou outros modelos.



Em dia decisivo para o futuro da Vivo e da própria PT, que com o negócio perderá mais de metade dos clientes e uma importante fonte de receita e crescimento reveja os momentos chave dos últimos tempos:





16 de Julho - Data limite para vigência da oferta da Telefónica, que está disposta a oferecer 7,15 mil milhões de euros pela posição da PT na Vivo.



08 de Julho - Confirmando o que já se esperava o Tribunal Europeu de Justiça considerou injustificada a golden share do estado na Vivo

30 de Junho - Telefónica estende prazo de vigência da oferta para compra da posição da Vivo até 16 de Julho.


30 de Junho - Estado veta o negócio, contra a vontade da maioria dos accionistas, na Assembleia-geral marcada pela PT para ouvir accionistas sobre compra da posição na Vivo.



29 de Junho - Telefónica revê em alta oferta pela posição da PT na Vivo, para os 7,15 mil milhões de euros



1 de Junho - Telefónica aumenta para 6,5 mil milhões de euros oferta sobre a Vivo.




11 de Maio - PT comunica à CMVM a recusa de uma proposta de 5,7 mil milhões de euros feita pela Telefónica para comprar a sua posição na Vivo.