A SonaeCom foi a empresa mais penalizada em bolsa com a apresentação dos resultados trimestrais, mas a empresa do grupo liderado por Belmiro de Azevedo foi duplamente castigada pelos resultados negativos e a proposta de aumento de capital que foi ontem analisada. Esta manhã as acções da SonaeCom registavam às 12 horas uma queda máxima 11,11 por cento para os 2,72 euros.



A ParaRede não foi também poupada pelos investidores, registando quebras superiores a 10 por cento e atingindo os seus papéis novos mínimos do ano com as acções a valerem 0,35 euros. A empresa tinha apresentado ainda ontem os resultados do primeiro trimestre de 2002 com prejuízos de 4,2 milhões de euros e uma quebra de quase 50 por cento nas vendas e prestação de serviços nos três primeiros meses do ano.



Quanto à empresa de media e telecomunicações do grupo Sonae, que integra a Novis, Optimus, Clix e o jornal Público, além de outras empresas da área das TMTs, apresentou para o primeiro trimestre de 2002 prejuízos que se elevaram a 19,12 milhões de euros, superiores em 19,5 por cento ao três primeiros meses do ano passado. O volume de negócios total foi de 181,3 milhões de euros, o que representa uma quebra superior a 12 por cento em relação aos valores alcançados em período homólogo de 2001.


Em comunicado a empresa atribui os maus resultados aos "efeitos de sazonalidade na Optimus e no Público" e ainda à redução das tarifas de interligação móvel-móvel. Os indicadores de negócio são, porém, positivos, com um crescimento de 2,8 por cento nos assinantes da Optimus e 21,8 por cento nos acessos directos instalados pela Novis só no primeiro trimestre de 2001. Também o Clix registou um crescimento de 5,2 por cento no número de utilizadores de dial-up instalados e de 30 por cento nos números de visitantes.




O aumento de capital social proposto pela SonaeCom para os 222,25 milhões de euros tem um encaixe potencial para a empresa de 101,81 milhões de euros e representa um prémio para os accionistas de 26,5% em relação ao valor do papel no fecho da sessão de ontem. Em comunicado divulgado ontem depois do fecho da bolsa a empresa afirmava que vai propor em assembleia geral a emissão de 45,25 milhões de acções com um valor de subscrição de 2,25 euros cada.



Os resultados da Cofina SGPS, empresa que detém várias participações no sector dos média, foram apresentados ontem, registando um crescimento de 2 por cento nos lucros em relação ao período homólogo do ano passado. A empresa atingiu no primeiro trimestre de 2002 os 1,9 milhões de euros de lucro em vendas de 50,4 milhões de euros.


A empresa explica em comunicado que a melhoria dos resultados foi motivada fundamentalmente pelo "contributo positivo do sector dos média que permitiu compensar a diminuição de resultados obtidos pela Celulose do Caima". Os resultados da Investec apresentam um crescimento de 1,7 milhões de euros face ao período homólogo do ano de 2001, isto apesar deste trimestre ser tradicionalmente menos rentável para os média.


A PT Multimédia divulgou igualmente os seus resultados trimestrais no final da sessão de ontem, tendo a empresa mãe, Portugal Telecom guardado a publicação das suas contas para hoje.



Com receitas consolidadas de 169 milhões de euros, a PT Multimédia registou um crescimento de 24 por cento e atingiu um EBITA de 15 milhões de euros, atribuídos ao bom desempenho da TV Cabo. Os resultados líquidos são de 40 milhões de euros negativos, quase duplicando os valores atingidos no primeiro trimestre de 2001 que se saldaram em 23 milhões de euros.



As receitas da empresa de televisão por cabo liderada por Graça Bau cresceram 40 por cento no primeiro trimestre de 2002 em relação ao período homólogo do ano anterior. Por sua vez, a Lusomundo registou um crescimento de 6 por cento mas receitas, atribuindo este resultado à subida nos audiovisuais que compensou o decréscimo nas receitas da área de media.



No negócio de ISP/ASP a empresa apresenta receitas de 16,6 milhões de euros, num, crescimento de 54 por cento em relação aos primeiros três meses de 2001, enquanto que o Negócio de Portais cresce 71,4 por cento com uma facturação de 1,2 milhões de euros.



A PTM.com continua, porém, a apresentar resultados negativos no valor de 4 milhões de euros, uma duplicação em relação ao período homólogo de 2001 atribuída ao aumento de custos de telecomunicações no negócio ISP/ASP.




Os resultados da Portugal Telecom, apresentados esta manhã, mostram uma quebra de 32 por cento nos resultados líquidos (que atingiram os 90 milhões de euros) mas um crescimento das receitas consolidadas para os 1.233 milhões de euros, uma subida de 4,1 por cento considerando a consolidação proporcional da TCP.



A PT Comunicações continua a ser a empresa do grupo com maior contribuição para o EBITA, representando 40,5 por cento (com 239,7 milhões de euros) apesar de uma quebra de 7,8 por cento face ao período homólogo do ano passado. Segue-se a TMN com 148 milhões de euros de contribuição para o EBITA e a Telesp Celular com 137,7 milhões de euros.




Em comunicado, a empresa atribui a boa prestação da PT Comunicações à implementação de medidas de controlo efectivo de custos e redução de pessoal. Confirmando que a PT Comunicações continua a responder "eficazmente ao aumento da concorrência", o comunicado indica uma quota de mercado de 91 por cento em termos de tráfego originado.



Já no mercado de Internet empresarial, a PT Prime registou um crescimento de vendas de 90,5 por cento, mas um EBITA inferior ao alcançado em 2001, atribuída ao aumento de peso dos custos dos circuitos na estrutura de custos e à pressão nos preços causada pela concorrência.



A TMN, segunda empresa com maior peso no negócio da PT, viu as receitas de exploração crescerem 17,3 por cento para 359 milhões de euros devido ao aumento de clientes. Estes atingiram em finais de Março um número próximo de 4 milhões, tendo sido adicionados 77 mil novos subscritores no primeiro trimestre de 2002. Apesar do crescimento de clientes, o volume de comunicações médio foi reduzido em 6,5 por cento, o que a empresa atribui a ajustamentos sazonais.




A meio da sessão de hoje a PT continuava a manter valores pouco alterados em bolsa, registando uma 1uebra de 1,45 por cento. Já a PT Multimédia cai 0,12 por cento, enquanto a SonaeCom e a ParaRede deslizavam respectivamente 9,8 e 10,26 por cento.



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