Vivemos atualmente num mundo onde a tecnologia é peça indispensável, daí que todos os dias surjam novas empresas ligadas ao sector. Há 30 anos, quando a Eticadata Software foi criada, a história era diferente.

O sistema operativo considerado o grande  responsável por transformar a forma como as empresas passaram a olhar para os computadores só seria lançado pela Microsoft em 1995 - o Windows 95. Antes disso, em 1990, os fundadores da Eticadata acreditaram que era o momento certo para uma nova abordagem e novas experiências, aproveitando o know how entretanto reunido na área administrativa e na gestão empresarial.

Tinham a ambição de liderar o mercado português no fornecimento de soluções de software de gestão standard, aliando conhecimento e tecnologia e apostando na inovação e qualidade.

Três décadas volvidas e com a "casa" acabada de renovar, a empresa continua a assumir-se como uma startup, “só que hoje com 30 anos de experiência”, diz José Gonçalves, CEO da Eticadata Software. Os objetivos são os mesmos do início, mas, já com um portefólio de soluções completo, a ambição passa agora pela globalização da marca.

“Fomos das primeiras startups em Portugal e continuamos a assumir esse ADN”

José Gonçalves confirma que, ao longo da sua existência, a forma de fazer negócio da Eticadata foi mudando. “As empresas de TI são obrigadas a inovar constantemente e nós todos os dias nos preparamos para esta mudança contínua. Evoluir, levando o melhor da tecnologia disponível aos nossos clientes: é isso que tem feito o nosso sucesso”.

Além disso, também é verdade que, na última década, as empresas portuguesas têm vindo a aumentar o seu investimento na tecnologia, em grande parte devido à necessidade de responder a uma série de obrigações legais e fiscais impostas pelo Estado. “Temos orientado a nossa atuação de forma a ajustar os nossos produtos às necessidades de todo o tipo de empresas, oferecendo-lhes soluções simples, completas, flexíveis, integradas, intuitivas e profissionais”.

A estratégia adotada valeu à empresa um crescimento sustentado dos resultados nos últimos anos, aponta José Gonçalves.

“No fundo criar uma empresa, ontem, tal como hoje, é uma aventura que continua a exigir de todos os empreendedores uma entrega, resiliência e dedicação ímpares”

Ser uma das empresas referência é o melhor reconhecimento dos 30 anos de trabalho e dedicação no desenvolvimento de práticas de inovação e qualidade no sector das TI, diz o CEO, “e tal é resultado da conjugação do talento e do esforço de toda uma equipa que permitiu avançarmos com determinação e confiança no rumo que havíamos definido”.

Entusiasmo e otimismo consciente

José Gonçalves considera que a empresa tem fortes motivos para se orgulhar de todo o trabalho realizado ao longo das suas três décadas de existência, com “coisas extraordinárias em diversas frentes e áreas”, mas as contrariedades também, admite o responsável. “Sendo a Eticadata uma empresa que desenvolve soluções de software de gestão para as empresas, seria inevitável referir as crises financeiras de 2010-2014 devido ao impacto que tiveram na economia nacional”.

O CEO defende que se nota, cada vez com mais acutilância, a “crueldade” do mercado em que a empresa atua, mas não hesita em afirmar que o balanço destes 30 anos “de muito trabalho e altamente exigentes” é “claramente positivo”.

“Nunca foi uma corrida de 100 metros, mas sim uma maratona e nada nos dá mais ânimo e confiança para encarar novos desafios do que sabermos que o mérito de estarmos neste momento da história da Eticadata se deve à capacidade de inovação, reinvenção e resiliência”

E depois de três décadas de atividade, com vários obstáculos superados, surgiu mais um: o novo coronavírus. “Fomos todos apanhados de surpresa por este surto pandémico, mas sempre estivemos focados em minimizar o impacto que a COVID-19 poderia ter em todo o ecossistema Eticadata Software”.

A empresa diz ter implementado, atempadamente, um plano de contingência que incorporou uma série de medidas, tendo em conta questões de responsabilidade social e a necessidade de garantir a qualidade e continuidade dos serviços essenciais que prestamos.

No que diz respeito às infraestruturas tecnológicas a adaptação não foi difícil, garante-se, já que o teletrabalho foi sendo um recurso incorporado ao longo dos anos. O que mudou foi a percentagem de colaboradores que ficaram em exclusivo em teletrabalho, que passou de 5% para 100% da equipa. “E o resultado não poderia ter sido melhor uma vez que respondemos com eficácia e eficiência às alterações legais e fiscais, disponibilizando aos nossos mais de 50.000 utilizadores versões adaptadas a esta nova realidade”.

Apesar de uma “natural e consciente apreensão”, o desempenho conseguido ao longo destes anos leva a que o futuro seja encarado com entusiasmo e otimismo. A “nova realidade” tolda a possibilidade de ver muito além, sublinha José Gonçalves, “uma vez que estamos agora perante desafios renovados numa envolvente global que é cada vez mais complexa”, mas o CEO não tem dúvidas em afirmar que a Eticadata vai conseguir responder à altura.

“Sentimos que a economia nacional começa a dar os primeiros passos rumo à recuperação, mas o relançamento da economia a nível mundial, esse será obviamente feito a diferentes velocidades”

Operando para além do mercado nacional em países com Angola, Moçambique, Colômbia, Chile, Peru, Espanha, Guiné Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, é esperado que o impacto da COVID-19 tenha diferentes ondas de choque, “mas a Eticadata já demonstrou, ao longo destes 30 anos de existência, a sua capacidade de superar desafios complexos e não duvido nem hesito em antecipar que seremos, uma vez mais, bem-sucedidos em superar os obstáculos que se venham a atravessar no nosso caminho, sempre com um profundo sentido de responsabilidade”.