As fábricas onde são montados os equipamentos da Apple (e de outras fabricantes de eletrónica) na China, incluindo as instalações da Foxconn, em Shenzhen e Chengdu, começaram hoje de manhã a ser alvo de uma investigação por parte da Fair Labor Association (Associação para o Trabalho Justo).

A informação é divulgada pela própria Apple, que afirma ter solicitado uma série de "auditorias especiais e voluntárias" às instalações onde é feita a assemblagem dos seus produtos, na China.

"Acreditamos que trabalhadores em todo o lado têm o direito a um ambiente de trabalho seguro e justo, razão pela qual pedimos à FLA para avaliar de forma independente a performance dos nossos maiores fornecedores", afirma CEO da Apple, Tim Cook, citado na nota oficial.

O procedimento inclui entrevistas a "milhares de funcionários" a respeito das suas condições de trabalho e de vida, incluindo questões como saúde e segurança, remuneração ou horários de trabalho, detalha a empresa.

Serão também inspecionadas instalações e dormitórios, num trabalho que deverá dar os primeiros frutos em março, com a publicação das conclusões e recomendações resultantes da primeira avaliação da FLA, que fica acessível no site da organização.

Inspeções semelhantes serão conduzidas nas fábricas de Quanta e Pegatron nesta Primavera, com o objetivo de avaliar a forma como são montados mais de 90% dos produtos da Apple, afirma a empresa.

A decisão surge na sequência de uma acesa polémica que tem envolvido imprensa e clientes da marca, nos últimos dias, depois de, no final de janeiro, o New York Times ter publicado um artigo que trouxe o tema (de volta) à agenda.

Para além dos habituais comentários e manifestações online, foi mesmo criada uma petição que pedia à marca que tomasse uma atitude junto dos fabricantes asiáticos. Outra das ações passou pelo envio de cartas à empresa solicitando a sua intervenção.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Joana M. Fernandes