A maior rede social do mundo continua destabilizada. Um dia depois do maior “apagão” do Facebook e restantes redes do grupo, a tecnológica de Mark Zuckerberg continua a dar que falar pela negativa. Foi o próprio líder que anunciou no blog que dois executivos de alta patente abandonaram a empresa: Chris Cox era o número três na hierarquia do Facebook, tendo a seu cargo a administração do produto da rede social; e Chris Daniels, responsável atual do WhatsApp.

As saídas prendem-se com a nova visão que Mark Zuckerberg pretende para o Facebook, com a implementação de medidas focadas na privacidade dos utilizadores. Medidas que resultam dos escândalos da quebra de privacidade do caso Cambridge Analytica.

Mark Zuckenberg com Chris Cox
Mark Zuckenberg com Chris Cox Mark Zuckenberg com Chris Cox

As saídas foram pacíficas, com o líder a deixar elogios ao contributo dos executivos que abandonaram a empresa. Chris Cox estava há mais de 10 anos no grupo, tendo começado como engenheiro, seguindo-se as primeiras equipas de recursos humanos, a aplicação mobile do Facebook, e outras áreas de negócio da rede social. “Pelo caminho, Chris ajudou-me a treinar tantos grandes líderes, que agora têm papeis importantes em toda a empresa, alguns deles que irão agora assumir responsabilidades mais importantes”, refere Mark Zuckerberg na sua nota, abrindo caminho à apresentação dos seus substitutos.

O novo responsável pelo WhatsApp será Will Cathcart, até agora à frente da aplicação do Facebook. Durante a sua carreira, o executivo liderou as equipas de segurança e integridade das suas apps, introduzindo a encriptação nos seus serviços. Já a nova responsável pela aplicação mobile do Facebook será Fidji Simo. A executiva já tinha funções importantes na equipa, incluindo a área de vídeo e publicidade, e já havia assumido o cargo temporariamente, quando Will Cathcart esteve ausente da empresa por questões parentais.

Apesar das mudanças na liderança das aplicações, o lugar de Chris Cox não será para já preenchido. E os líderes das aplicações, Facebook (Fidji Simo), Instagram (Adam Mosseri), Messenger (Stan Chudnovsky), e WhatsApp (Will Cathcart) passam a reportar diretamente a Mark Zuckerberg.

Ainda sobre o “apagão” de quase 20 horas, o Facebook justificou que não se tratou de um ciberataque, mas sim derivado a uma mudança das configurações dos servidores. Apesar da irritação das empresas que dependem da rede social para operar e sobretudo dos anunciantes, quem ganhou com ausência da rede social foi a aplicação Telegram, que viu um crescimento de três milhões de utilizadores nas últimas 24 horas.