Depois de várias horas de negociações, os 27 ministros europeus acordaram os gastos previstos para 2008 - 120,3 mil milhões de euros - e a Presidência Portuguesa anunciou que o projecto de navegação por satélite, Galileo, será financiado com fundos comunitários.



Bruxelas calculou que o custo global do sistema de navegação por satélite fique nos 3,4 mil milhões de euros - aos quais se deveriam somar os 2 mil milhões gastos até aqui -, contudo as perspectivas financeiras para o período 2007-2013 apenas cobrem mil milhões de euros. O acordo entre os 27 estados cobre os restantes 2,4 mil milhões.



A maioria do dinheiro necessários à construção e lançamento dos 30 satélites que formarão o Galileo serão provenientes dos incentivos agrícolas que não se utilizaram este ano, algo como 1,6 mil milhões de euros. A restante quantia sairá dos fundos destinados à inovação, referiu a Comissária Europeia responsável pela Programação Financeira e pelo Orçamento, Dália Grybauskaité.



O acordo, alcançado no âmbito das discussões sobre o orçamento necessário para 2008, cobre ainda os quase 309 milhões de euros necessários ao arranque do aguardado Instituto Europeu de Tecnologia.



O deputado finlandês Kyösti Virrankoski, salientou que com este compromisso "o futuro da Europa não dependerá dos sistemas de radionavegação por satélite americanos, russos ou chineses, uma vez que terá o seu próprio sistema", uma capacidade que "melhorará o nível tecnológico da indústria europeia".



O financiamento do Galileo foi estipulado depois de várias semanas de árduas negociações nas quais a Alemanha sempre mostrou um parecer negativo. Os ministros germânicos sempre foram apologistas de um investimento proveniente da Agência Espacial Europeia e não de fundos comunitários. Por outro lado, O Reino Unido e os Países Baixos manifestaram dúvidas quanto à viabilidade do projecto.



O compromisso só foi possível depois da União Europeia propor uma divisão do Galileo em seis partes de forma a garantir que toda a indústria comunitária beneficie de contratos para participar na construção do projecto. Em paralelo, é proposto ainda que uma mesma empresa possa apenas adjudicar-se a dois segmentos do Galileo e que cada empresa contratada que ganhe uma licitação esteja obrigada a subcontratar 40 por cento do trabalho que lhe corresponde a outras empresas que tenham sido descartadas.



Esta proposta será votada no próximo dia 29 de Novembro, altura em que se reunirão os 27 ministros dos Transportes.



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