Ultrapassou as 11 mil entidades aderentes ao seu serviço em 2017 e está prestes a alcançar um total acumulado de mil milhões de euros, valor atingido pela primeira vez em Portugal por uma fintech. Tal deverá acontecer “no final do mês ou nos primeiros dias de abril”, segundo Filipe Moura, sócio-gerente e cofundador, durante a conferência de apresentação de resultados, realizada esta terça-feira em Lisboa.  Mas há outros números da IfThenPay para apresentar.

A fintech portuguesa nasceu da IfThen, uma empresa de Santa Maria da Feira que comercializava soluções de software de gestão de corporações de bombeiros, para se dedicar exclusivamente à emissão e gestão de referências multibanco.

Foi com base nessa atividade que encerrou o exercício de 2017 com 1.430.257 euros de volume de negócios, num crescimento de 24% face ao ano anterior. Os pagamentos saldaram-se em 317.759.800 euros, espelhando uma subida de 45%. O resultado líquido aumentou 28%, para os 226,2 mil euros.

Para 2018 prevê manter o ritmo de crescimento acelerado, “em consonância com o verificado nos anos anteriores”, e movimentar mais de 418 milhões de euros. Este ano a IfThenPay também tem prevista a integração do MB Way, com a expectativa de que tal fará aumentar o número de transações que promove.

Embora cobrindo todo o país, é em Lisboa que se concentra o maior número de empresas clientes da IfThenPay, seguida do Porto e depois Braga, “refletindo a distribuição do tecido empresarial português”, referiu Filipe Moura. Por sectores, quem usa mais os pagamentos por referência multibanco são o comércio e os serviços e o turismo.

O crescimento da IfThenPay está relacionado com a popularidade das referências Multibanco em Portugal. De acordo com os números apresentados na coferência de imprensa, a maioria dos cidadãos portugueses faz pagamentos deste modo, com 36% a afirmarem usar o método via caixas multibanco e mais de 60% via homebanking.

Se a análise for feita tendo como apenas como base as lojas online, a preferência dos clientes sobe para os 80%. "É um método que está enraizado e que é familiar a todos, mesmo aos mais velhos e às pessoas com menos conhecimentos sobre as tecnologias".